Estudo da toxicidade de extratos de Parmeliaceae, do ácido salazínico e avaliação do seu potencial antitumoral

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: LIRA, Maria Aparecida da Conceição de
Orientador(a): MELO, Sebastião José de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41068
Resumo: Liquens são organismos que surgiram através de uma associação entre um fungo e uma alga, cujos metabólitos secundários são amplamente descritos pelo seu potencial biológico. Este trabalho descreve a avaliação da composição fenólica, através de técnicas cromatográficas em camada delgada e líquida de alta eficiência, dos extratos orgânicos das espécies de Parmotrema concurrens e P. flavescens, e do ácido salazínico, isolado do extrato acetônico de P. concurrens, bem como a avaliação da atividade citotóxica, com linhagens celulares de Sarcoma-180, macrófago J774 e MDA-MB-231, também a avaliação das atividades de toxicidade aguda e antitumoral em camundongos Albinos Swiss e, por fim, o estudo in silico da relação ao acoplamento do ácido salazínico e a timidilato sintase. Os resultados demonstraram a presença de atranorina e dos ácidos úsnico e salazínico nos extratos das espécies de Parmeliaceae estudadas. Os extratos clorofórmico e acetônico de P. concurrens e, etéreo e clorofórmico de P. flavescens apresentaram níveis elevados de viabilidade celular para linhagens de macrófago J774. As substâncias estudadas não apresentaram toxicidade sistêmica severa aos camundongos em estudo. O composto isolado, ácido salazínico, apresentou um elevado nível de pureza (94%). Sua estrutura química foi confirmada através de Ressonância Magnética de Hidrogênio e Carbono 13. O composto não foi citotóxico para as linhagens de Sarcoma-180 e MDA-MB-231. A avaliação sistêmica do ácido salazínico apresentou leves danos ao nível tecidual e o composto não foi considerado um agente hepatoprotetor, observação feita através de análises qualitativas. O extrato etéreo da P. flavescens foi considerado citotóxico para Sarcoma-180, apresentando percentuais de viabilidade celular de 36,51% ± 4,85 e 20,55% ± 3,02 nos períodos de 24 e 48 h, respectivamente, na dose de 200 μg/mL. Os ensaios de atividade antitumoral do extrato etéreo de P. flavescens e do ácido salazínico, apresentaram percentuais de inibição tumoral entre 70% e 86%, respectivamente, contra 65% de inibição do controle positivo, 5-Fluorouracil. Através das análises in silico, foi possível comprovar que o ácido salazínico atua formando ligações com importantes resíduos do sítio ativo da timidilato sintase. Em conclusão, os compostos liquênicos derivados das espécies de Parmeliaceae, comprovaram não ser tóxico para macrófagos; o ácido salazínico não foi considerado citotóxico para celulas neoplásicas, porém no teste in vivo, tanto o ácido salazínico, como o extrato etéreo apresentaram-se como agentes tóxicos, para Sarcoma-180, mostrando serem eficazes no tratamento tumoral. E possivelmente a ação do ácido salazínico está relacionada ao mesmo mecanismo de ação do 5-Fluorouracil, através da inibição da timidilato sintase.