Botryosphaeriaceae e os fungos endofíticos da mandioca : taxonomia, ecologia e termoterapia para o controle da podridão seca de manivas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: BRITO, Amanda Cupertino de Queiroz
Orientador(a): MACHADO, Alexandre Reis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia de Fungos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55391
Resumo: A cultura da mandioca é uma das mais importantes do mundo, principalmente nas faixas tropical e subtropical de países em desenvolvimento. Por ser uma das principais fontes de amido e ser uma cultura dependente de mão-de-obra humana, a mandiocultura atua na geração de emprego, renda, e no combate à fome e a pobreza nas localidades mais carentes do Brasil e no mundo. O Brasil está entre os principais produtores mundiais da mandioca, com a região Nordeste ocupando a vice-liderança na produção nacional da mesma. Apesar da importância da cultura pouco se sabe a respeito das comunidades endofíticas associadas a planta como um todo, e nem se há ocorrência de possíveis fitopatógenos latentes integrando essas comunidades em plantações de mandioca no país. O presente estudo teve como objetivos verificar a presença de fitopatógenos latentes da família Botryosphaeriaceae em manivas (fragmentos de caule utilizados como material propagativo) saudáveis de mandioca oriundas das mesorregiões da Zona da Mata, Agreste e Sertão do estado de Pernambuco, avaliar a patogenicidade dos isolados Botryosphaeriaceae endofíticos em mudas e raízes da planta, avaliar a termoterapia como medida de controle desses fungos em manivas e descrever novas espécies de fungos associados a mandioca no Brasil. Foram coletados caules sadios em 12 plantações de mandioca que posteriormente foram enviadas ao laboratório de Micologia Ambiental da Universidade Federal de Pernambuco (Recife, Brasil) para o isolamento dos fungos endofíticos. Os isolados foram identificados na categoria de gênero por meio da morfologia e/ou sequências de DNA. Análises filogenéticas foram realizadas para a identificação de novas espécies de Nigrospora, e para a elucidação da identidade dos isolados Botryosphaeriaceae utilizando o Cipres Science Gateway. Com o auxílio do sistema R v.3.5.3 foram estimados a quantidade, a abundância e a frequência de ocorrência dos gêneros fúngicos nas mesorregiões amostradas. Uma análise de Permanova foi realizada para verificar se houve diferença na composição das comunidades endofíticas entre as mesorregiões coletadas. Para testar a patogenicidade dos isolados Botryosphaeriaceae endofíticos os mesmos foram inoculados em mudas e raízes de mandioca da variedade Santo Estevão. Para a avaliação da termoterapia manivas da variedade Santo Estevão foram submetidas a tratamento com calor úmido, em banho-maria, sob diferentes temperaturas e tempo. Entre os 41 gêneros fúngicos obtidos, Nigrospora e Diaporthe foram os mais abundantes. As espécies Lasiodiplodia theobromae, L. euphorbiaceicola e Neoscytalidium dimidiatum (Botryosphaeriaceae) previamente associadas à podridão seca de maniva e podridão negra de raiz em mandioca foram identificadas em amostras da mesorregião da Zona da Mata e tiveram sua patogenicidade comprovada em raízes e mudas da planta. A composição das comunidades endofíticas diferiram significativamente entre as amostras provenientes da Zona da Mata e do Sertão pernambucano. Três novas espécies de Nigrospora foram identificadas e descritas (N. endophytica, N. manihoticola e N. pernambucoensis). A termoterapia não foi eficaz como forma de tratamento de manivas visando o controle de fungos Botryosphaeriaceae.