Escore qSOFA e critérios SIRS na determinação do prognóstico em pacientes internados nas enfermarias de um hospital universitário em Recife, Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: RESENDE, Nayron Veloso
Orientador(a): SILVEIRA, Vera Magalhães da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Medicina Tropical
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39180
Resumo: O objetivo deste estudo foi comparar o escore qSOFA e os critérios SIRS quanto a capacidade de predizer mortalidade em até 30 dias nos pacientes internados em enfermarias. Trata-se de um estudo retrospectivo observacional e analítico envolvendo pacientes com dezoito anos ou mais que iniciaram terapia antibiótica com hipótese diagnóstica de sepse em um hospital público universitário na cidade de Recife, Brasil. Foram coletados dados demográficos e clínicos. O desfecho primário foi a mortalidade em 30 dias após o início do antibiótico. Foram analisados os prontuários de 244 pacientes internados entre maio e dezembro de 2018. A idade média da população era de 52,3 (DP 19,13) anos e 134 (54,9%) eram do sexo feminino; a faixa etária 60 anos ou mais foi a mais prevalente (39,3%), 207 (84,8%) deles tinham alguma comorbidade, sendo câncer 77 (31,6%), hipertensão arterial sistêmica 71 (29,1%) e diabetes mellitus 49 (20,1%) as mais frequentes. Os sistemas mais acometidos foram: 63 (25,8%) respiratório, 54 (22,1%) urinário e 44 (18,0%) abdominal. Do total de pacientes, 75 (30,7%) apresentaram um qSOFA  2, enquanto 233 (95,5%) apresentaram duas ou mais alterações nos critérios SIRS. Além disso, 68 (27,9%) pacientes morreram no intervalo de 30 dias. Foi observado a associação significativa (p < 0,05) entre a ocorrência de óbito com o aumento da frequência respiratória, a presença de um valor da ECG alterado. Os preditores independentes de óbito em 30 dias através da realização de análise multivariada por regressão logística foram: ter 60 anos ou mais, ter doença oncológica, infecção respiratória ou em cavidade abdominal, não ter febre. No grupo de pacientes que foram a óbito houve uma associação significativa com alteração no escore qSOFA (51,4% x 22,7%, p < 0,001). A sensibilidade dos critérios SIRS foi maior do que o qSOFA (95,6% x 51,5%) enquanto a especificidade foi bem mais elevada na escala qSOFA (77,9% x 4,5%), porém sem a presença de diferença significativa (p = 0,056). A área sob a curva ROC do qSOFA foi 0,68 (IC 95%: 0,60 - 0,77, p < 0,001). Em relação à variável SIRS a área sob a curva ROC foi 0,59 (0,51 - 0,67, p = 0,028). O escore qSOFA possui uma capacidade moderada de predizer mortalidade, melhor que os critérios SIRS, em pacientes internados em enfermarias com hipótese diagnóstica de sepse em um hospital público universitário.