Resíduos de processamento do pintado (Pseudoplatystoma corruscans) como fonte de protease ácida e colágeno

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: ANDRADE, Douglas Henrique de Holanda
Orientador(a): BEZERRA, Ranilson de Souza
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15433
Resumo: A presente tese reporta a purificação parcial e caracterização enzimática de uma protease ácida proveniente do estômago do Pseudoplatystoma corruscans, bem como o aproveitamento de resíduos deste peixe para aplicação na extração de colágeno. Neste âmbito, o primeiro capítulo tratou da caracterização enzimática de uma protease ácida do estômago do pintado e aplicação desta enzima na extração de colágeno da pele de Oreochromis niloticus. A caracterização com substratos e inibidores específicos sugere que a protease ácida trata-se de uma pepsina-símile. Esta enzima foi pouco sensível à exposição a íons metálicos como Cu2+, Cd2+, Hg2+, Ca2+, Al3+, K+, Mg2+ e Ba2+. A protease demonstrou características interessantes como alta atividade, estabilidade em pH neutro e elevada temperatura ótima. Adicionalmente colágeno ácido e pepsino-solúvel (ASC e PSC) foram extraídos da pele de O. niloticus. Pepsina comercial e pepsina-símile proveniente do estômago do pintado foram utilizadas no processo de extração e favoreceram para o aumento do rendimento. No capítulo 2, foi realizada uma purificação parcial da protease ácida do estômago do pintado. Após as três etapas da purificação (tramento térmico, fracionamento salino e cromatografia de troca iônica) obteve-se um fator de purificação de 32 vezes. SDS-PAGE mostrou bandas proteicas entre 30,7 and 94 KDa, possivelmente isoformas da pepsina. O zimograma corroborou a presença da enzima. Além disso, o uso de inibidor específico produziu evidências de que a protease trata-se de uma pepsina-símile. A caracterização físico-química da protease ácida mostrou estabilidade da fração frente ao pH neutro, além de elevada temperatura ótima. Finalmente, o capítulo três objetivou a extração de colágeno (ácido e pepsino-solúvel) da pele do pintado, bem como a caracterização dessa proteína, sugerindo o seu uso como fonte alternativa de colágeno frente aos animais terrestres. ASC e PSC foram isolados da pele do pintado, evidenciando o aumento do rendimento da extração com a adição de pepsina. SDS-PAGE e espectro de absorção UV indicaram que o colágeno estudado foi do tipo I. ASC e PSC apresentaram alta solubilidade em pH ácido. Na presença de NaCl, PSC exibiu maior solubilidade em relação ao ASC. Diante dos resultados alcançados neste trabalho, pode-se dizer que os resíduos (pele e vísceras) do pintado apresentam um grande potencial para aplicações industriais, principalmente relacionadas à obtenção de colágeno.