Purificação de proteases e avaliação do potencial inseticida de lectinas de sementes de Cratylia mollis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: BEZERRA, Yasmin Bruna de Siqueira
Orientador(a): PAIVA, Patrícia Maria Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33310
Resumo: Lectinas, são proteínas hemaglutinantes que ligam reversivelmente a carboidratos enquanto que as proteases constituem um grupo de enzimas que catalisam a hidrólise de ligações peptídicas. Estas duas classes de proteínas apresentam diversas propriedades biológicas, incluindo as atividades inseticida e antimicrobiana. Insetos-praga provocam prejuízos a economia dos países e dentre estes destacam-se as espécies Tetranychus bastosi (Tetranychidae) e Nasutitermes corniger (Termitidae). Bactérias e fungos provocam doenças em plantas e animais e a busca por novos agentes antimicrobianos amplia as alternativas para tratamento ou prevenção. Este trabalho investigou atividades biológicas de duas preparações de sementes de Cratylia mollis, uma contendo as lectinas 1, 2 e 3 (denominada Cramoll 1,2,3) e outra contendo atividade proteolítica (denominada CmSP, do inglês C. mollis seed protease). Foi avaliada a atividade acaricida de Cramoll 1,2,3 (0,02, 0,05, 0,1 e 0,2 mg/mL) contra T. Bastosi e para a atividade termiticida foi avaliado a resistência á degradação proteolítica da Cramoll 1,2,3, às proteases de cupins operários, bem como o efeito na sobrevivência de soldados e operários de N. corniger; além disso foi avaliado também os efeitos na atividade de enzimas digestivas de operários. A atividade antimicrobiana de Cramoll 1,2,3 e CmSP foi investigada contra bactérias e fungos. Cramoll 1,2,3 induziu a mortalidade dos ácaros promovendo mortalidade maior que 50% nas concentrações de 0,1 e 0,2 mg/mL. Cramoll 1,2,3 foi um agente ovicida para T. bastosi diminuindo a taxa de eclosão. A população de T. bastosi esteve em estado ascendente (ri positiva) em todas as concentrações testadas. Cramoll 1,2,3 não foi resistente á degradação proteolítica do intestino de N. coringer, no entanto os peptídeos resultantes promoveram mortalidade de operários (CL50 de 78,72 mg/mL) e soldados (CL50199,27 mg/mL); não apresentou atividade repelente. Peptídeos resultantes da hidrólise de Cramoll 1,2,3 modulou atividades de enzimas de digestivas de operários. Cramoll 1,2,3 inibiu o crescimento de C. albicans, C. tropicallis e C. krusei com concentração mínima inibitória (CMI) de 100, 200 e 400μg/mL, respectivamente, mas não foi ativa sobre C. Glabrata e todas as bactérias testadas. CmSP apresentou atividade antifúngica contra todos os fungos testados com valores de CMI variando de 55 a 400 μg/mL e concentração mínima fungicida (CMF) variando de 110 a 1.760 μg/mL. CmSP apresentou atividade bacteriostática para todas as espécies testadas com valores de CMI variando de 55 a 1.760 μg/mL. Em conclusão, as sementes de C. mollis são fontes de lectinas e proteases ativas contra insetos e microrganismos.