A produção jornalística e a autoridade do público : o papel do ombudsman da Folha de S. Paulo nas eleições presidenciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: SILVA, Luiz Filipe Freire da
Orientador(a): ROCHA, Heitor Costa Lima da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Comunicacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49553
Resumo: A presente pesquisa tem como ponto central a autoridade do público na produção jornalística, entendendo-se esse conceito como a possibilidade de interferência da sociedade, através dos consumidores de notícia, na linha editorial dos veículos de comunicação. Um dos instrumentos existentes para viabilizar esse processo é o ombudsman de imprensa, ainda que careça de poder sancionatório contra empresas ou jornalistas que cometem equívocos e que tenha sua função comumente questionada pela suposta falta de independência, de autonomia e de efeito prático na cobertura jornalística. Esta dissertação buscará aferir, a partir de duas categorias de indicadores, o que os ouvidores do leitor pensam sobre critérios normalmente associados a noções de balizamento da qualidade do jornalismo, como objetividade, neutralidade, imparcialidade e equilíbrio, além de atestar se a atividade deles realmente possibilita que o público tenha incidência satisfatória ou plena na produção de notícias. Para isso, são analisadas colunas de ombudsmans da Folha de S. Paulo produzidas em todas as eleições presidenciais brasileiras desde 1989, o que resultou na avaliação de mais de 160 textos. Sustentam essa trajetória teorias propagadas por autores como Jürgen Habermas, Hans-Georg Gadamer, Ludwig Wittgenstein, Charles Peirce, Herbert J. Gans e Mikhail Bakhtin (filosofia da comunicação, linguagem, discurso jornalístico, autocompreensão normativa da mídia, autoridade do público, público e opinião pública), John Soloski, Harvey Molotch & Marilyn Lester, Michael Schudson, Gaye Tuchmann, Warren Breed, Edward Herman, Miquel Rodrigo Alsina e Stuart Hall (teorias do jornalismo, construtivismo, objetividade, ideologia no discurso midiático e profissionalização do jornalismo), além de autores paradigmáticos sobre ideologia (como Karl Marx e Friedrich Engels, Louis Althusser, Marilena Chauí, John B. Thompson e Terry Eagleton) e sobre a deontologia, a ética e o instituto do ombudsman (a exemplo de Daniel Cornu, Pedrinho Guareschi, Caio Túlio Costa e Jairo Faria Mendes). O resultado, além de bastante atualizado, considerando que também incidiu sobre as eleições de 2022 entre Lula e Bolsonaro, também contém reflexões sobre caminhos para o ombudsman e a crítica de mídia em tempos de maior acesso dos leitores a outras formas de interação com os meios de comunicação.