A “Nova Escola do Recife”: o Serviço de Higiene Mental e sua relação com o campo indo-afro-pernambucano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Raoni Neri da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33263
Resumo: Foi no ano de 1932 que o médico psiquiatra Ulysses Pernambucano de Melo criou o Serviço de Higiene Mental (SHM), órgão que passaria a expedir licenças de funcionamento para os terreiros do estado de Pernambuco. Com a atuação do SHM, criou-se solo fértil para que surgisse a santa aliança — uma intrincada teia de relações recíprocas, na qual se produz, por um lado, o fortalecimento e prestígio de certos pais e mães de santo e, por outro, a exclusão de tantos terreiros do quadro dos tidos como “legítimos”. Esta dissertação então se propõe a descrever e analisar as relações que se estabeleceram entre a equipe do SHM e o campo das religiões indo-afro-pernambucanas. Nesse sentido, me volto aos arquivos para realizar um exercício meta-antropológico; para compreender o contexto simbólico e social daqueles que foram os primeiros antropólogos pernambucanos. Para tanto apresento uma contextualização histórica do momento em que se deu a atuação do SHM, apresento Ulysses Pernambucano, o Serviço e os intelectuais que por eles foram influenciados. Pensando o contexto pernambucano em contraste ao baiano, viso sublinhar suas diferenças, analisando também quais categorias foram acionadas pelos técnicos do SHM para descrever os terreiros que seriam tidos como ilegítimos. Neste quadro, recorrendo a uma semiologia dos objetos, identifico que o Catimbó Jurema do Recife, devido a sua relação com certos objetos, acabou por encontrar-se em posição desfavorável em relação aos outros cultos de matriz indo-afro-pernambucana.