O Realismo Nominal e a arbitrariedade simbólica na aquisição dos sistemas notacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: NOBRE, Alena Pimentel Mello Cabral
Orientador(a): ROAZZI, Antônio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15174
Resumo: Lidar com a arbitrariedade simbólica parece ser difícil no início da infância. É preciso que a criança compreenda que o nome não tem valor intrínseco. Estudos da década de 80 revelaram que a dificuldade da criança em perceber arbitrariedades simbólicas, expressa através do Realismo Nominal, poderia interferir na aquisição e compreensão inicial do sistema notacional alfabético. Supõe-se, aqui, que é igualmente possível que interfira na aquisição do sistema notacional numérico. Sendo assim, nesta investigação buscou-se compreender se há relação entre a apropriação dos sistemas notacionais e a arbitrariedade simbólica. Além disso, propôs-se a averiguar se intervenções explicitas sobre o Realismo Nominal e o sistema de numeração decimal, poderiam facilitar a apreensão da criança sobre a natureza arbitrária dos signos e, consequentemente, a apropriação do sistema notacional alfabético e numérico. A amostra foi composta por 73 crianças entre 4 e 5 anos de idade, oriundas de uma escola particular numa região metropolitana da cidade do Recife. Foram aplicadas atividades relativas à escrita de palavras e números, consciência fonológica, Realismo Nominal, substituição simbólica e comparação numérica. Posteriormente, a amostra foi dividida em dois grupos: controle (GC) e experimental (GE). No intervalo de uma semana, o GE recebeu duas intervenções relativas à compreensão da arbitrariedade simbólica, sendo uma relativa ao sistema alfabético e a outra, ao numérico. O GC recebeu o mesmo número de intervenções do GE, entretanto, em nenhuma delas houve qualquer tipo de estimulação relativa à arbitrariedade do sistema simbólico, embora resguardassem conhecimentos relativos à área de linguagem e matemática. Após a intervenção, eram aplicados pós-testes baseados nos mesmos critérios de medidas utilizados anteriormente. A análise dos resultados apontou que a dificuldade em lidar com arbitrariedade simbólica e a presença do Realismo Nominal são variáveis que se correlacionam entre si (rho = .269, p=.024) e entre as variáveis de hipótese de escrita (rho = .354, p= .003), e consciência fonológica (rho=.287, p=.017) Apresentaram valores estaticamente significativos também às correlações de Spearman entre hipótese de escrita e os níveis das estratégias de escrita numérica (rho=.455, p=.000), bem como Realismo Nominal e a escrita numérica (rho=.270, p=.021) e o número de acertos na atividade de comparação numérica (rho=.299, p=.011). Como acréscimo, os resultados também esclareceram que intervenções explícitas sobre contagem silábica e valor posicional da dezena, favorecem o melhor desempenho nas atividades relativas ao confronto acerca do tamanho das palavras no teste de Realismo Nominal e dos números, nas atividades de comparação numérica. Entretanto, demonstraram também que esse avanço não significou progresso na compreensão de importantes princípios dos sistemas notacionais, nem progresso nos níveis de leitura e escrita.