Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
SANTOS, Paula Regina Toche dos |
Orientador(a): |
DUARTE, Angela Luzia Branco Pinto |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/47685
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Resumo: |
A Síndrome de Sjögren (SSj) é uma exocrinopatia autoimune crônica e sistêmica, e tem na sua patogênese a participação das imunidades inata e adaptativa. Apesar dos avanços, existe ainda uma escassez de biomarcadores específicos de atividade e prognóstico da doença, além da ausência de terapia específica. Nesse contexto, um grupo de proteínas capazes de se ligar de forma reversível a glicanos chamado galectinas vem sendo estudadas, devido à sua capacidade de executar funções biológicas decorrentes dessas ligações, como adesão, proliferação e morte celular e que podem estar relacionadas à fisiopatologia de várias doenças imunomediadas. Foi realizado um corte transversal de 42 pacientes atendidos no ambulatório de Síndrome de Sjögren do HC-UFPE, dos quais foi feita uma análise, através da comparação com controles saudáveis, dos níveis de galectina-9 (gal-9) no sangue e na saliva através da metodologia ELISA, e realizada imunohistoquímica em biópsias de glândula salivar menor. O objetivo do trabalho foi avaliar os níveis de gal-9 nesses pacientes e estabelecer correlações com variáveis que envolvem atividade da doença, exames complementares, uso de medicações e manifestações extra glandulares, além de avaliar a expressão de gal-9 no tecido glandular desses pacientes. Dos 42 pacientes selecionados, 100% eram mulheres com média de idade de 45,8 anos (DP ± 11,16). A mediana da gal-9 sérica foi de 2264,24pg/ml, comparado a 3622,86pg/ml dos controles com p=0,047. Os níveis de gal-9 salivar apresentaram uma mediana maior do que controles saudáveis (613,58pg/ml x 317,59pg/ml) com p = 0,012. A correlação entre a gal-9 no soro e na saliva foi positiva quando comparado com o escore de atividade ESSDAI e IgG sérica, e negativa para idade, porém sem significância estatística. Não houve associação estatisticamente significativa entre a gal-9 sérica e salivaras e a positividade do anticorpo Anti Ro/SSa, positividade dos testes de secura, uso ou não de medicamentos imunossupressores. Porém, destaca-se que a mediana da gal-9 na saliva dos pacientes com manifestações extra glandulares foi maior do que os que apenas sintomas glandulares (816,91pg/ml x 328,72) com p=0,002 e a mediana da gal-9 salivar foi estatisticamente diferente entre os grupos que eram Anti- La/SSb positivos (927,80pg/ml) e negativos (526,00pg/ml) com p=0,029. A análise imuno-histoquímica das biópsias de glândula salivar revelou um amento da expressão de gal-9 nas células ductais e do infiltrado inflamatório. Concluiu-se que os níveis séricos e salivares de gal-9 foram estatisticamente diferentes em relação a controles saudáveis, a mediana da gal-9 salivar foi maior na saliva de pacientes com manifestações extra glandulares e que existe a expressão de gal-9 em células ductais e do infiltrado inflamatório de pacientes com SSP. Esses achados inéditos abrem caminhos para que novos estudos com essa galectina sejam realizados em pacientes com SSj a fim de proporcionar um melhor entendimento sobre sua participação no desenvolvimento da doença e sua aplicabilidade como biomarcador. |