A República oligárquica de Pernambuco: montagem e declínio do domínio de Francisco de Assis da Rosa e Silva

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: ZACARIAS, Audenice Alves dos Santos
Orientador(a): ROSAS, Suzana Cavani
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25600
Resumo: O presente trabalho é uma análise do contexto político-social que permitiu o surgimento, a sustentação e o declínio do oligarca de Pernambuco, Francisco de Assis da Rosa e Silva (1856-1929). Com rápida ascensão, nos anos finais do Império, o líder partidário e legislador Rosa e Silva produziu decisiva inscrição no debate político que consolidou a maneira pelas quais as relações de poder se desenvolveram na Primeira República. No cenário nacional, o Senador pernambucano conduziu o Parlamento na reforma eleitoral de 1904. Porém, mesmo inserindo positivas inovações, a lei eleitoral ficou centrada em assegurar a continuidade de bases regulatórias excludentes e elitistas que mantinham o tranquilo domínio dos partidos maioritários. Em sua terra, a rede político-partidária do conselheiro Rosa e Silva controlou a administração pública estadual, desde 1896. Desta forma, obtinha condições para atender clientes urbanos e coronéis que, em troca de cargos e outros favores, hipotecavam seus serviços, os votos de seus dependentes, participavam das fraudes eleitorais e, sobretudo, controlavam possíveis rebeliões dos opositores. Até o momento em que, na sua primeira disputa ao executivo estadual, Rosa e Silva venceu nas urnas, mas teve de aceitar a diplomação do general Emídio Dantas Barreto como governador em Pernambuco para o quadriênio de 1911 a 1915. Ao abordar a mais sangrenta eleição da Primeira República, esta tese evidenciou não apenas a tecnicidade da campanha oposicionista, mas a atuação de grupos até então marginalizados. Deixando em choque a plateia nacional e internacional, o milionário representante da elite nacional que um dia foi descrito como “o Napoleão do Norte”, Francisco Rosa e Silva, foi derrotado não apenas pela união da coligação partidária oposicionista pernambucana e as tropas do Exército, mas também pela ação decisiva de mulheres (desprovidas do direito ao voto) e pobres vendedores de jornais (que formavam “o batalhão dos 34 pés descalços”). Precedendo o que se verificaria no país em Revolução de 1930, a poderosa classe oligárquica sofreu grande derrotada.