Avaliação ultrassonográfica da musculatura periférica e respiratória e sua relação com a força muscular em pacientes com esclerose sistêmica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: CARVALHO, Epamela Sulamita Vitor de
Orientador(a): DANTAS, Andrea Tavares
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48261
Resumo: A Esclerose Sistêmica (ES) é uma doença do tecido conjuntivo, heterogênea e multissistêmica. O envolvimento muscular pode estar presente em graus variados de fraqueza e atrofia muscular, sendo associado a mau prognóstico, afetando negativamente a qualidade de vida e sobrevida. Estratégias para melhor avaliação do comprometimento muscular são necessárias a fim de otimizar o plano terapêutico. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi avaliar a força e espessura da musculatura periférica e respiratória e mobilidade diafragmática dos pacientes com ES em comparação com uma amostra de indivíduos saudáveis e correlacionar medidas de força com medidas de espessura da musculatura periférica e respiratória em pacientes com ES. Trata-se de um estudo transversal, realizado entre janeiro de 2021 e fevereiro de 2022, desenvolvido no ambulatório de reumatologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e no Laboratório de Fisioterapia Cardiopulmonar do Departamento de Fisioterapia com pacientes com diagnóstico de ES e voluntários considerados saudáveis. Os participantes responderam uma ficha de avaliação geral, com informações clínicas e demográficas, avaliação do nível de atividade física (International Physical Activity Questionnaire) e incapacidade (Health Assessment Questionnaire - Disability Index). Em seguida, foram realizados testes de força muscular periférica, por meio da dinamometria manual; e força muscular respiratória, com manovacuômetro. Por fim, foi realizada a avaliação da espessura muscular do quadríceps do membro dominante, espessura muscular do diafragma e a mobilidade do diafragma, por meio da ultrassonografia. Os resultados foram expressos como valores de mediana e intervalo interquartil ou como frequências. O teste de Mann-Whitney foi utilizado para comparar os grupos. As correlações de Spearman foram calculadas para investigar as associações entre as variáveis estudadas. A análise dos dados foi realizada com o software IBM SPSS 22.0. O nível de significância estatística foi estabelecido em p<0,05. Foram recrutados 32 indivíduos, sendo 16 pacientes com ES, todas mulheres, e com média de idade 49 (25-59) anos e 16 mulheres no grupo controle com média de idade de 41 (24-59) anos. O tempo médio de doença foi de 144 (17-360) meses. O grupo ES apresentou valores menores na avaliação da força muscular periférica e respiratória (p<0,0001) em comparação com os controles. Na avaliação ultrassonográfica, os pacientes com ES apresentaram valores menores para espessura de quadríceps do membro dominante (p<0,0001) e para mobilidade do diafragma (p=0,01) quando comparados a indivíduos saudáveis, porém não houve diferença na espessura diafragmática (p=0,381). A força de preensão palmar apresentou moderada correlação com espessura muscular do quadríceps (rho=0.576; p= 0,020), entretanto não houve correlação entre força muscular periférica e respiratória com espessura e mobilidade de diafragma. Dessa forma, concluímos que os pacientes com ES apresentam fraqueza muscular periférica e fraqueza muscular expiratória, ou seja, apresentam disfunção muscular instalada. Associado a isso, a perda da força muscular periférica esteve correlacionado à perda de massa muscular periférica. A mobilidade diafragmática também apresentou-se reduzida quando comparado ao grupo de indivíduos saudáveis, sendo um possível marcador de disfunção diafragmática precoce.