Trabalho e sociabilidade em espaços rurais : os trabalhadores da fruticultura do Platô de Neópolis

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Maria da Mota, Dalva
Orientador(a): Salete Barbosa Cavalcanti, Josefa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9812
Resumo: O objetivo deste estudo é analisar a relação entre trabalho e sociabilidade no Platô de Neópolis, uma das regiões agroindustriais de produção de frutas do Nordeste brasileiro. A tese revela que os processos de produção de frutas no Platô estão estruturados em sistemas modernos de produção que se viabilizam com base nas relações que combinam elementos da estrutura anterior - trabalhadores de origem local, provenientes da agricultura familiar e participantes de redes de interconhecimento preexistentes - com modernas formas de gestão. As estratégias das empresas e dos trabalhadores influenciam na permanência dos trabalhadores oriundos da agricultura familiar nos novos espaços de produção, sendo ilustrativas da diversidade de situações vivenciadas na produção de frutas. Os procedimentos metodológicos utilizados inserem-se na abordagem qualitativa, através do acompanhamento mensal dos trabalhadores e das empresas, estudo de caso, análise de trajetórias, histórias de vida e observação de situações de trabalho e do dia-a-dia nos povoados. A pesquisa foi realizada no período de 1998 a 2002. Os dados foram analisados a luz do debate sobre o trabalho e a sociabilidade na teoria sociológica clássica e contemporânea no contexto da globalização dos sistemas agro-alimentares. As conclusões confirmam que as relações preexistentes permeiam os novos processos de produção de frutas, evidenciadas pelas relações de parentesco, vizinhança e amizade, que perpassam as esferas do trabalho e da vida local e por noções de pertencimento em torno dos povoados e da agricultura. As estratégias locais de recrutamento têm privilegiado a ocupação de trabalhadores da região reforçando as suas redes de sociabilidade. A relevância do estudo é inserir o tema do trabalho e da sociabilidade na agricultura na pauta dos debates sobre os sistemas agroalimentares, mostrando como as relações preexistentes são acionadas em modernos processos de produção e no dia-a-dia dos trabalhadores para enfrentar as dificuldades de uma sociedade em que o assalariamento regular e as condições do bem-estar, características do auge do fordismo, nada mais são que um sonho