Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
ALMEIDA, Samara Maria de |
Orientador(a): |
HAMLIN, Cynthia de Carvalho Lins |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Sociologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50182
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Resumo: |
Nesta dissertação, o trabalho de direção cinematográfica é analisado a partir da perspectiva de mulheres diretoras. Assim como ocorre em outras áreas, uma divisão do trabalho baseada em desigualdades de gênero coloca essas mulheres em desvantagem em relação aos diretores homens. No entanto, as mulheres continuam fazendo cinema e imprimindo sentidos e significados neste universo. O meu objetivo foi compreender como as diretoras que estão inseridas em relações de poder amplamente desiguais no mundo da arte contornam os obstáculos gerados pelas desigualdades de gênero, enfatizando as formas de resistência engendradas por elas como resposta a uma estrutura marcada por relações assimétricas de poder. A discussão teórica desta pesquisa se apoia em dois eixos principais: na teoria praxiológica da antropóloga cultural Sherry B. Ortner, segundo a qual todos os indivíduos são dotados de capacidade de agência e de poder, e na abordagem sociológica de Howard S. Becker e Nathalie Heinich, que nos fornecem pistas importantes para a compreensão do contexto em que essas práticas ocorrem: o mundo da arte. A pesquisa de campo foi realizada na cidade do Recife, com quatro cineastas de diferentes gerações do cinema, por meio da aplicação de entrevistas semiestruturadas em profundidade, utilizando-se de técnicas relativas à metodologia qualitativa. Os resultados indicam formas de resistência individuais e coletivas. As diretoras percebem o trabalho de direção como uma atividade que envolve poder, liderança, orquestração de equipe e criatividade. Elas têm dificuldade de se identificarem como pura e simplesmente diretoras e reconhecem o machismo nesta atividade. Suas práticas e respostas em relação às tensões geradas pelo machismo indicam uma capacidade de agência ativa visando a superação das desigualdades em curso, criando estratégias de redefinição de suas equipes e projetos que priorizem a inclusão de mulheres, se articulando com grupos e coletivos de mulheres e travando enfrentamento direto em situações de machismo dentro do set de filmagem. |