Pós-modernidade: mistificação e ruptura da dimensão de totalidade da vida social no capitalismo contemporâneo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Sousa, Adrianyce Angélica Silva de
Orientador(a): Mustafá, Maria Alexandra da Silva Monteiro
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/9932
Resumo: O objeto desta pesquisa é a constituição, na atualidade, de uma suposta sociedade pósmoderna edificada a partir do que seria a crise da modernidade . Uma parte considerável dos intelectuais - num grande e diversificado esforço de caracterizar as implicações do movimento histórico contemporâneo no âmbito da sociedade capitalista em reestruturação nas últimas quatro décadas - tem tornado lugar comum a indicação de uma situação histórica sem precedentes que configuraria não apenas uma modernidade démodé, mas para além disso, estão proclamando o fim da modernidade e de suas articulações fundamentais. Esta discussão insurge na conjuntura precisa das transformações econômicas e políticas dos anos 60, e abre um leque de questionamentos que apontam, pois, para a instauração de uma sociedade pós- moderna, marcada por uma modalidade de cultura e de racionalidade totalmente nova. Neste ínterim, o pensamento pós- moderno significaria, simultaneamente, uma crítica e uma ruptura com a modernidade, com implicações que atingiriam desde a vida cotidiana até a produção do conhecimento social. Para apreendermos criticamente este momento sócio-histórico ancoramos nossas análises nas categorias fundamentais do pensamento marxiano - por entendermos que este configura uma superação dialética, das formas unilateralizadas de pensamento próprias do desenvolvimento da sociedade capitalista em sua fase de decadência ideológica - e nas contribuições do escritor húngaro Georg Lukács. Nestes termos, realizamos um estudo bibliográfico a partir da obra de três autores pós- modernos de grande trânsito e representatividade no debate acadêmico contemporâneo, quais sejam: Jean-François Lyotard, Michel Maffesoli e Boaventura de Sousa Santos. Focalizamos nossos esforços nas linhas centrais do pensamento de cada um destes autores de modo a analisar as argumentações por eles constituídas como forma de lançar luzes sobre a nossa hipótese central, qual seja: não existe uma sociedade pósmoderna. Logo, se comprovado este entendimento, a idéia de uma sociedade pós-moderna seria na verdade um mito próprio e funcional às relações reificadas do sistema capitalista em sua fase tardia, que no plano do pensamento, constituiria um falseamento da realidade social justamente por romper com a dimensão de totalidade que é intrínseca a mesma