Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
OLIVEIRA, Mauro Antonio de |
Orientador(a): |
ANDRADE, Edson Francisco de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/48877
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Resumo: |
Nesta pesquisa, buscamos analisar a Cultura Organizacional e o discurso de enfrentamento à desigualdade socioeducacional em escolas públicas de Mossoró-RN. Nesse intento, relacionamos ao estudo a discussão sobre a Cultura Organizacional no contexto educativo, buscando perceber o(s) discurso(s) operacionalizados no tratamento às desigualdades socioeducacionais nas organizações escolares. A temática em tela espelha importância substancial na compreensão dos processos educativos incorporados ao debate empreendido nesta tese, revelando uma contribuição significativa na área da educação. A problemática da pesquisa está na pergunta: “como a Cultura Organizacional opera o discurso de enfrentamento à desigualdade socioeducacional nas escolas públicas?” Decorrente desta questão, apresentamos como objetivos específicos: caracterizar a Cultura Organizacional no contexto da gestão escolar das escolas campo da pesquisa; compreender as relações entre a Cultura Organizacional e o tratamento das desigualdades educacionais nas escolas; mapear vivências gestionárias didático-pedagógicas incorporadas à Cultura Organizacional e voltadas para a superação da realidade vigente. Na arquitetura desta tese, transitamos por um quadro teórico diversificado, em constante diálogo com os seguintes autores que tratam da cultura brasileira (MOTTAS; CALDAS, 1997; HOLANDA, 1995; FREYRE, 1981); da Cultura Organizacional escolar (TORRES, 2003, 2005, 2018; NÓVOA, 1995; SANTOS, 2018; SCHEIN, 2009; MOURA, 2017); e da desigualdade socioeducacional (ARROYO, 2010, 2011, 2018; DUBET, 2004, 2008, 2011; PATTO. 1998; LAHIRE, 1997; YANNOULAS, 2013; SEN, 2001; GARCIA, 2017). O estudo, de abordagem qualitativa, está fundamentado na teoria social do discurso, enfatizada na concepção tridimensional de discurso, que interpreta o discurso como texto, prática discursiva e prática social (FAIRCLOUGH, 2001). Para conhecermos a realidade do lócus de nossa investigação optamos pela pesquisa documental, composta pelos PEE, PPP, PGE, PDP e ARCE, bem como pela observação participante e aplicação de dois questionários, um deles direcionado aos representantes do CE de 72 escolas da 12o Direc de Mossoró-RN e outro às cinco escolas campo da pesquisa. Além disso, realizamos uma entrevista semiestruturada com 35 sujeitos das organizações pesquisadas. Os resultados demonstraram que os estudos da cultura no contexto das organizações apontaram tanto um discurso de resistência quanto um discurso de perfil conservador e dominante. Constatamos na Cultura Organizacional das escolas pesquisadas um discurso que não potencializa o enfrentamento à desigualdade socioeducacional, caracterizando-se esse discurso como de baixa intensidade. Observamos ainda que as práticas pedagógicas reproduzidas nas escolas e integradas na sua cultura não ocorrem destituídas de uma neutralidade, nem tão pouco desapegadas das posições ideológicas e de políticas afirmadas pelas organizações escolares e seus participantes. Percebemos, a partir do PEE, uma política de enfrentamento às desigualdades sociais de caráter generalista e retórico, o que representa, em larga medida, uma distância entre a efetivação das ações de combate às desigualdades socioeducacionais operadas nas escolas da rede. Esse posicionamento é confirmado nos PPPs, PGE e ARCE. Constatamos também que a concepção gestionária assumida nas organizações demonstra um discurso de caráter contraditório, ora anunciando uma perspectiva democrática, mas com pouca representatividade, ora evidenciando um discurso de perfil centralizador e dominante. A pesquisa também evidenciou uma baixa representatividade do discurso de enfrentamento à desigualdade, tanto nos documentos analisados quanto na percepção dos dados oriundos do campo empírico. |