Indicação para diretores: é possível haver experiências de gestão democrática? Uma análise da rede municipal de ensino em Camaragibe-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: MENDONÇA, Alessandra Paulina de
Orientador(a): MARQUES, Luciana Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/27922
Resumo: O estudo apresentado, teve como objetivo geral analisar experiências de gestão democrática em escolas da rede pública municipal de ensino da cidade de Camaragibe, Região Metropolitana do Recife, onde a escolha para diretores é feita através de indicação. A pesquisa foi realizada em três escolas municipais que foram apontadas, pelo Sindicato dos Servidores Municipais, como escolas que tem avançado em práticas de uma Gestão Escolar Participativa. Para atingir tal objetivo levamos em consideração: a concepção de gestão escolar democrática atribuída pela gestão municipal; a compreensão dos sujeitos da escola sobre democracia e gestão escolar participativa; e os caminhos traçados para a efetivação da gestão democrática no cotidiano escolar. A pesquisa tratou-se de um estudo de caso, do município de Camaragibe, com abordagem qualitativa, cuja coleta dos dados foi realizada através de entrevista semiestruturada. Para análise destes dados utilizamos a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Construímos duas categorias de análise, a primeira o “Sentido da gestão democrática participativa para os sujeitos da escola”; e a segunda “Construção da gestão democrática no interior das escolas”. Para tanto, nós nos apoiamos nos seguintes autores: Bobbio (2000); Menezes (2010); Rosenfield (2008); Touraine (1994), na qual discutem o significado de democracia. Paro (1996), (2003); Dourado (1990), (2003); Marques (2007); Gohn (2007); Bordenave (1994), que tratam dos possíveis caminhos de construção da gestão escolar democrática. Com base nos dados analisados, percebemos que a indicação para diretores escolares não inviabiliza a efetivação de práticas democráticas e que a forma de atuação do diretor influenciará no exercício de sua função, mas a eleição constitui-se, indiscutivelmente, como a maneira mais adequada para romper o clientelismo da relação política com os diretores de escola e com o autoritarismo, na maior parte das vezes, presente na relação entre a Secretaria de Educação, diretores e professores. O principal achado da pesquisa é que, mesmo em passos curtos, o município de Camaragibe caminha para a efetivação de práticas democráticas na gestão da escola. A luta travada pelo professorado desta rede de ensino é para que os possíveis mecanismos de efetivação de democratização da gestão escolar possam sair dos marcos legais (Leis, Decretos) para o marco real (Prática), a vivência cotidiana de relações democráticas entre os sujeitos que estão presentes na escola. A nosso ver, nas escolas lócus da pesquisa, apesar da abertura ao diálogo presente na relação entre diretores, professores, alunos, pais/família e comunidade extraescolar, destacada pelos profissionais da escola como um mecanismo de democratização da gestão escolar, alguns aspectos denotam confusão ou falta de clareza de alguns destes sujeitos quanto a concretização dos marcos de democratização da gestão escolar, por considerarem que a efetivação da gestão escolar participativa se dê apenas no plano do diálogo. É relevante também se considerar em que espaços a comunidade escolar e extraescolar pode participar das discussões e decisões dos rumos da escola.