Estudo da atividade gastroprotetora e antiulcerogênica do ácido gálico e seu possível sinergismo com o ácido úsnico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: MEDEIROS, Sandrelli Meridiana de Fátima Ramos dos Santos
Orientador(a): SANTOS, Noemia Pereira da Silva
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Saude Humana e Meio Ambiente
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/34073
Resumo: Os tratamentos utilizados para úlcera gástrica apresentam diversos efeitos colaterais além de não conseguir evitar a recorrência das lesões. Dessa maneira há uma necessidade de se investigar novos compostos bioativos que ofereçam uma terapêutica mais segura, eficaz e que ajudem a diminuir a quantidade de efeitos indesejáveis. O ácido gálico (AG), composto fenólico, é reconhecido por apresentar atividades terapêuticas benéficas, como atividade anti-inflamatória, antioxidante e gastroprotetora. O ácido úsnico (AU), um metabólito secundário de líquens, também apresenta relevante ação anti-inflamatória, antiproliferativa e gastroprotetora. A interação entre duas moléculas bioativas podem resultar em uma ação sinérgica, além de permitir o aparecimento de um novo efeito antes não conhecido. Assim, esse trabalho teve como objetivo estudar a propriedade gastroprotetora e antiúlcera do AG em modelo experimental de úlcera gástrica induzida por etanol e avaliar o potencial efeito sinérgico com o AU. A citotoxicidade foi avaliada frente às linhagens de macrófagos (J774) e células embrionárias de rim (HEK-293). A atividade antiulcerogênica foi avaliada; o AG (50 e 100 mg/kg) e AU (25 e 50 mg/kg) foram administrados de forma isolada ou simultaneamente (AG:AU – 50:25 mg/kg). Foram analisados parâmetros bioquímicos de secreção gástrica (pH e concentração de H⁺). A atividade gastroprotetora foi avaliada através da quantificação do muco aderido à mucosa gástrica. Através das análises dos resultados, foi possível observar que o AG possui baixa citotoxicidade com viabilidade maior que 100% frente às duas linhagens, enquanto o AU apresentou viabilidade baixa (24,22 ± 2,21%) frente a J774 na concentração (240 μg/mL). Em associação, (AG:AU) apresentaram alta viabilidade de (95,96 ± 12,96%) na concentração citada anteriormente. Os parâmetros bioquímicos demonstraram que o AG e/ou AU mantêm a medida do pH de forma basal sem diminuição significativa da acidez. Através da determinação do Índice de Lesão Ulcerativo e Histológico, foi comprovada a inibição da úlcera gástrica induzida, que sugere o alto poder de reparo tecidual dos dois compostos, o AG:AU conseguiu inibir em 98,14% e 99,41% após 3 e 7 dias de tratamento, respectivamente, enquanto o Lansoprazol, usado como fármaco de referência, inibiu cerca de 68% nos dois tempos de tratamento. O AG:AU mostrou aumento significativo na produção de muco (557,33 ± 54,44 μg/g), com valor maior que a soma dos resultados dos grupos dos animais que receberam o AG (136,5 ± 17,32 μg/g) e AU (314 ± 43,78 μg/g) separadamente, mostrando que existe efeito sinérgico de ação desses dois compostos. Dessa forma, conclui-se que AG e AU apresentaram efeitos gastroprotetor, antiulcerogênico e sinérgico, quando associados.