Narrativas sobre (des)esperança entre pessoas jovens cis egressas de institucionalização : uma inter-invenção psicanalítica-contracolonial-feminista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: FALCÃO, Raissa Rodrigues
Orientador(a): ADRIÃO, Karla Galvão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50080
Resumo: Esta tese teve por objetivo analisar as narrativas sobre (des)esperança entre pessoas jovens cis egressas de institucionalizações habitantes do Recife-PE. Mais especificamente, buscou também compreender se e como as narrativas sobre esperança estão relacionadas com o cumprimento de medidas socioprotetivas e socioeducativas e/ou marcadas pelas desigualdades de raça, classe, gênero e sexualidade, além de refletir se e como o aqui chamado método psicanalítico-contracolonial-feminista pôde contribuir para a (re)construção de narrativas sobre (des)esperança entre tais jovens. De modo geral, existem poucos estudos sobre esperança, tanto na Psicanálise, como na Psicologia. O esperançar é constituído pela noção psicanalítica do princípio da esperança, que realiza uma função de organização da vida psíquica, e da noção filosófica da esperança como afetação interligada com o medo, a qual denominamos de “medança?”. Ele tem uma função política, social e de sustentação subjetiva e segue o seu curso de desenvolvimento desde que este esteja sendo construído com ambientes facilitadores e aquilombadores. Foram realizadas entrevistas a partir do uso de imagens e produção de uma história em quadrinhos, totalizando dois encontros com cada uma das cinco pessoas interlocutoras. Através da análise de narrativas, localizamos os pontos mais coletivos e os mais singulares das entrevistas, embora interdependentes. Os resultados demonstraram que as narrativas mais marcadas pela desesperança estiveram ligadas ao tempo de cumprimento das medidas nas instituições, às relações com as famílias de origem, traumas e culpas engendradas pelas desigualdades de raça, classe, gênero e sexualidade. Já as narrativas mais ligadas à esperança envolveram a presença de uma pessoa considerada salvadora, a profissionalização e construção de uma nova família. O estudo demonstrou a importância da democratização do acesso à escuta psicanalítica constituída por uma discussão contracolonial e feminista, além da necessária luta pela garantia de direitos juvenis em instituições socioprotetivas e socioeducativas.