Equilíbrio postural, mobilidade, funcionalidade e qualidade de vida de indivíduos pré-cirurgia bariátrica
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso embargado |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Cirurgia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/47614 |
Resumo: | A obesidade no Brasil é vem sendo bastante estudada principalmente porque está correlacionada com algumas comorbidades, como hipertensão e diabetes, e por isso é considerada como fator de risco à saúde. Além disso, o aumento de peso é acompanhado de perda de massa muscular, com consequente perda de força muscular. Esses fatores, combinados com o mau alinhamento corporal, resultam em alterações na distribuição de carga e pressão nas superfícies articulares causando sobrecarga muscular e favorecendo a degeneração articular. Ainda há o estresse mecânico causado pelo excesso de peso sobre as articulações que ocasiona alterações no padrão de marcha. Esse conjunto de mudanças quando interrelacionados podem interferir no equilíbrio postural e na mobilidade articular, prejudicando a realização de atividades diárias e, assim, afetando diretamente a independência funcional e consequentemente a qualidade de vida desses indivíduos. O objetivo foi descrever e correlacionar o equilíbrio postural, a mobilidade articular, a funcionalidade e a qualidade de vida com os dados antropométricos dos indivíduos obesos inscritos em um Programa Cirurgia Bariátrica. Trata-se de um estudo do tipo transversal no qual 97 indivíduos adultos, de ambos os sexos, com idade a partir de 18 anos e classificação no índice de massa corporal (IMC) >=30kg/m2 foram submetidos a avaliações de mobilidade – teste Timed Up and Go (TUG); equilíbrio dinâmico - Y-Balance Test (YBT) e o MiniBESTest, e ainda responderam ao questionário de qualidade de vida (SF-36) e o questionário Whodas 2,0 que fornece o nível de funcionalidade. Do total de avaliados, 81 foram mulheres e 16 homens (idade= 38,89 ± 10,60 anos; IMC = 47,53 ± 6,96 kg/m2). Dos 97 indivíduos, 11 (11,3%) estavam com IMC entre 35 e 39,9 kg/m2 (obesidade grau II) e os outros 86 (88,7%) estavam com IMC acima de 40 kg/m2 (obesidade grau III). A respeito da avaliação do equilíbrio dinâmico e da mobilidade, verificou-se que os domínios de ajustes posturais antecipatórios, necessários para prevenir perturbações posturais (mediana 5, IC95% 5-6) e o domínio de movimentação dinâmica, que corresponde ao equilíbrio necessário para a realização da marcha (mediana 8; IC95% 7-9) são os mais prejudicados nos sujeitos com obesidade avaliados. Quanto ao nível de funcionalidade da amostra estudada, constatou-se que o domínio participação social é o mais afetado (mediana 14; IC95% 15,07-17,94), e na avaliação da qualidade de vida, o domínio saúde geral foi o que obteve maior prejuízo (média 37,58 ± 20,84). Foram encontradas correlações entre as seguintes variáveis: peso e equilíbrio dinâmico (p=0,04, r=0,20); peso e qualidade de vida - saúde mental (p= 0,02, r=0,23); idade e equilíbrio dinâmico (p =0,00, r= -0,35), idade e qualidade de vida - limitação emocional (p=0,01, r=-0,25), IMC e capacidade funcional (p=0,05, r=0,20) e IMC e qualidade de vida (dor) (p=0,05 e r=0,20). Os achados do estudo encontraram correlação positiva entre o excesso de gordura corporal e o equilíbrio dinâmico e com a saúde mental dos obesos que estão aguardando a cirurgia bariátrica. Houve ainda correlação negativa entre idade e equilíbrio dinâmico, assim como entre idade e limitação emocional. Estudos futuros devem ser realizados a fim de verificarem o impacto dessas correlações sobre a funcionalidade dos indivíduos com obesidade que estão sendo preparados para a cirurgia bariátrica. |