Conflitos territoriais e identitários da Comunidade Quilombola Onze Negras – Cabo de Santo Agostinho-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SANTOS, Maria Pricila Miranda dos
Orientador(a): MACIEL, Caio Augusto Amorim
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/39803
Resumo: As comunidades remanescentes de quilombos são caracterizadas pela ancestralidade, autoidentificação, grau de parentesco e, sobretudo por ter no seu território uma função social baseada na coletividade. Os quilombos são divididos em rurais e urbanos, sendo esta última classificação adotada a partir do ano de 2003. Por se localizar muito próximos aos grandes centros urbanos e serem bastante numerosos isso não se constitui enquanto um fenômeno. Sendo assim esta tese tenta aproximar esta realidade mapeando as comunidades brasileiras localizadas nas regiões metropolitanas brasileiras. O objetivo desta tese é analisar a questão da identidade territorial quilombola frente aos desafios das estratégias de resistência para a permanência no território em particular à Comunidade Quilombola Onze Negras (Cabo de Santo Agostinho – Pernambuco). Alguns conceitos foram relevantes para o desenvolvimento dessa pesquisa, como: território, identidade territorial por isso aqui é destacado o papel da geografia na tentativa de construir reflexos mais profundos sobre esta temática como o intuito de contribuir diante dessa realidade que deve ser melhor compreendida e estudada pela Ciência Geográfica. A representação espacial da área estudada foi realizada por meio de mapas, figuras e registros fotográficos que auxiliaram a interpretar a realidade do objeto de estudo. Dessa forma destacam-se que os resultados apresentam que a ancestralidade e a autoidentificação são critérios que diferem este fragmento de espaço geográfico dos demais; Nem sempre o processo de desterritorialização vai banir a identidade de um grupo, nem tampouco a sua reterritorialização; Que a ligação com o passado não exclui novos elementos norteadores da identidade; Que muito diferente daquilo que se divulga, o quilombo é algo contemporâneo dotado de política e de direitos; Há fragilidade e generalização legislativa e que isso se constitui num desafio levando em consideração as mais diversas origens dos grupos. Além disso, consideramos que o futuro das comunidades quilombolas é incerto, pois passados cem anos da abolição da escravatura e também passados trinta anos da promulgação da Constituição Federal as comunidades ainda lutam por condições mínimas de sobrevivência. Por isso as comunidades necessitam de reinvenção das tradições e mais ainda, necessitam comprovar as suas estratégias de manutenção e afirmação de uma identidade que é flexível.