Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
SALVI, Ana Carolina Magalhães |
Orientador(a): |
ZACCARA, Madalena |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Artes Visuais
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38034
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Resumo: |
O trabalho propõe investigar se e de que maneira o autorretrato pode configurar uma ferramenta política através da obra Selvagem Sabedoria, de Oriana Duarte. Adotam-se como eixo as discussões de sexo/gênero na sociedade e nas artes visuais e a dicotomia do corpo objeto e negação da mulher artista vivenciada ao longo da narrativa eurocêntrica e patriarcal da história da arte, relevante neste trabalho por tratar-se dos elementos raspados no palimpsesto realizado por Oriana na obra em questão. A pesquisa guiou-se pelo método da cartografia, no acompanhar das transformações do desejo que conduzem a vida artista de Oriana Duarte, percorrendo ora os contornos macropolíticos a serem desmanchados, ora o corpo vibrátil e desejante que cria. Para tanto, foram utilizados os recursos de revisão bibliográfica e imagética e entrevistas com a artista. A revisão bibliográfica dividiu-se entre os conceitos relacionados à problemática da pesquisa, tomando como axioma as concepções do gênero como categoria socialmente e historicamente construída, a divisão sexual do trabalho e o silêncio histórico das mulheres, as vivências do feminino na história da arte, o uso do autorretrato por mulheres artistas e as relações de poder e disciplina que permeiam essas questões, bem como as possibilidades de subversão que identidades de fronteira, ciborgues e heteróclitas conferem às estruturas de dominação. Para tanto, toma-se a parresia feminista e a escrita de si como fatores de subjetivação, prática de liberdade e desligamento das alienações fabricadas pelo sistema capitalista e patriarcal. Houve também o mergulho em escritos de terceiros sobre Oriana Duarte e escritos da própria artista sobre seus processos. Em adição, foram realizadas duas entrevistas com a artista de modo a entender os processos criativos e os discursos que lhe atravessam, direcionando aos objetivos da pesquisa e em especial à obra Selvagem Sabedoria. Produz-se a partir da união de saberes múltiplos o discurso político presente no trabalho de Oriana Duarte pela raspagem das significações masculinas sobre como deve comportar-se e aparentar um corpo feminino e como, por meio do autorretrato e uso do próprio corpo, é possível engendrar formas outras de fazer arte e tornar-se sujeita a partir de uma estilística da existência e da verdade própria. |