Um risco na noite: uma semiótica do autorretrato artístico de crianças

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Maria Leticia Miranda Barbosa da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14659
Resumo: O presente trabalho teve como objetivo enfrentar as possibilidades do autorretrato artístico de crianças. Partindo da tese de que as crianças são autoras e enunciam esteticamente nesse gênero, busquei a compreensão dos elementos e das condições de criação de um enunciado estético, das condições de criação de um enunciado de auto-objetivação estético, enfrentei as tensões da construção de um enunciado na linguagem fotográfica e construí um percurso de compreensão respondente, para dialogar com os autorretratos como textos visuais. A pesquisa se desenvolveu fundamentada na filosofia da linguagem de Bakhtin e seu Círculo, em diálogo com Luciano Ponzio, Jacques Derrida, Roland Barthes e outros interlocutores. Provocada pelos autorretratos de quatro crianças de 9 anos, realizados a partir de uma exposição de autorretratos na escola onde trabalho, localizada em Realengo, no ano de 2016, desenvolvi, nesse processo de diálogo, uma metódica para a realização de uma leitura/escritura desses enunciados como texto. Compreendendo cada um deles no gênero, cotejando textos e escutando as vozes presentes, do contexto próximo e distante, no grande e no pequeno tempo, busquei ver o sincrônico e o diacrônico em unidade responsável em cada obra e observar a imagem do humano culturalmente valorada, criada pelos estudantes. Na leitura/escritura dos textos visuais, identifiquei os índices de valores biográficos artísticos trabalhados pelos autores, conferindo um alto grau de alteridade aos autorretratos, o que me permite afirmar que as crianças criaram enunciados estéticos de auto-objetivação. Para dar a ver o processo da pesquisa, criei, na escritura da tese, um plano estético polifônico, alargando o gênero com outras possibilidades enunciativas avizinhadas de outros gêneros, buscando garantir, assim, que as palavras, próprias e alheias, estivessem na pesquisa com seus sentidos abertos, afirmando, dessa forma, a heterociência como uma escritura outra nas ciências humanas. O presente trabalho ressalta a importância da contra-assinatura social que confere o caráter do artístico aos enunciados infantis e a importância da formação do autor-contemplador e do autor-criador para a vivência de encontros mais alteritários com a obra de arte