Consumo alimentar, antropometria e composição corporal em pacientes com doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: BEZERRA, Gleyce Kelly de Araújo
Orientador(a): CABRAL, Poliana Coelho
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37706
Resumo: O objetivo desse estudo foi avaliar o consumo alimentar, o perfil antropométrico e de composição corporal de pacientes portadores de doença de Parkinson atendidos ambulatorialmente. O estudo, tipo série de casos, foi realizado com pacientes de ambos os sexos, em atendimento no ambulatório Pró Parkinson do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco e na Associação de Parkinson de Pernambuco, entre janeiro e junho de 2019. Para a coleta de dados, utilizou-se questionário com dados demográficos, socioeconômicos e clínicos. O consumo alimentar foi avaliado por questionário de frequência alimentar e recordatório de 24h. A avaliação antropométrica foi realizada por meio do índice de massa corporal (IMC) e a composição corporal pela bioimpedância elétrica que forneceu os dados sobre o percentual de gordura corporal (%GC) e massa muscular (MM). A amostra foi composta por 79 pacientes, 59,5% do sexo masculino e 77,2% idosos com média de idade de 65,4±8,9 anos. Considerando o estado nutricional, 72,1% apresentaram excesso de peso pelo IMC, sendo 27,8% obesos. O diagnóstico de obesidade baseado no %GC mostrou uma frequência de 43,5%, e 30,5% foram classificados como pré-obesos. A massa muscular apresentou-se reduzida em 27,3% dos pacientes. Mais de 80,0% dos pacientes apresentaram insuficiente consumo calórico, com maiores frequências entre os obesos pelo IMC e pelo %GC. Quanto aos micronutrientes, destacam-se o cálcio, o magnésio e o zinco com frequências de inadequação de 99,0%, 99,0% e 77,0% entre as mulheres e 74,0%, 44,0% e 56,0% entre os homens, respectivamente. Na análise de frequência de consumo de alimentos, café/chá (74,5%), arroz (70,0%), óleo de soja (66,0%), açúcar (59,6%) e pão (57,5%) foram os cinco alimentos mais consumidos pelos homens. Já nas mulheres, café/chá (68,8%) também foi consumido em maior percentual, seguido de açúcar (65,0%) arroz (53,1%), suco de fruta (46,9%) e óleo de soja (46,9%). Entre os dez alimentos mais ingeridos diariamente pelos homens, não entraram as frutas. Por outro lado, entre as mulheres, banana (34,3%) laranja (31,3%) e manga (31,3%), ocuparam da 8ª à 10ª posição, respectivamente. Quanto a análise por escores, observa-se que apenas os pacientes obesos pelo IMC e pelo %GC apresentaram maiores medianas de escores de consumo de alimentos protetores, quando comparados aos desnutridos, eutróficos e aqueles com sobrepeso ou pré-obesidade. No estudo de correlação observou-se que o %GC apresentou uma correlação positiva com a idade e negativa com a necessidade de energia, consumo de energia, consumo de macronutrientes e dos minerais cálcio, ferro e zinco. Na regressão linear múltipla, foi encontrado que a idade (β= 0,363; p=0,000) e o consumo de cálcio (β= -0,273; p=0,008) foram preditores independentes para o percentual de gordura corporal (R² ajustado = 0,176 (p=0,001). Em síntese, os indivíduos da amostra eram predominantemente idosos, do sexo masculino, com elevada prevalência de excesso de peso e de gordura corporal e consumo insuficiente de calorias, cálcio, magnésio e zinco. Uma das possíveis explicações para a inadequação calórica entre os obesos é a “causalidade reversa”. Ou seja, eles já estariam utilizando dieta hipocalórica para a perda ponderal.