Avaliação do impacto da Administração Massiva de Medicamentos contra a filaríase linfática, em Murrupula, Província de Nampula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Sitoe, Henis Mior
Orientador(a): Thompson, Ricardo, Brandäo, Adeilton Alves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/26213
Resumo: A filaríase linfática é um problema de saúde pública que atinge cerca de 73 países em todo mundo, sendo que destes, 35 estão no continente africano. É uma infecção parasitária causada por helmintos da classe Nematoda das espécies Wuchereria bancrofti, Brugia malayi e Brugia timori, cuja transmissão ocorre pela picada de mosquito. Segundo a OMS, Moçambique faz parte dos países com altas taxas de prevalência da região africana, portanto, cerca de 75% da população está em risco de contrair a infecção. Foi nesta perspectiva que o Ministério da Saúde implementou a estratégia de administração massiva de medicamentos contra a filaríase linfática quatro anos depois do mapeamento da doença (2009) para garantir que os níveis da transmissão da infecção não seja mais sustentável e implantar um sistema de vigilância adequado para verificar uma possível recrudescência. Foi realizado um estudo ecológico que avaliou o impacto da AMM na província de Nampula, entre o inquérito de base e seis meses depois da primeira dose de IVM+ALB. As amostras de sangue colhidas foram testadas por microscopia e ELISA Og4C3 e posteriormente, os resultados obtidos foram comparados com os do inquérito de base. No inquérito pós AMM, foram seleccionados 313 participantes no mesmo local da realização do inquérito de base. O intervalo de confiança foi 95% e nível de significância se valores de p<0,05. A prevalência de microfilarémia de W.bancrofti no inquérito de base foi de 12,4%, contra 10% no inquérito pós AMM A densidade mediana de microfilarémia antes de tratamento foi de 129,17 Mf/ml, contra 66,67 Mf/ml do outro período em comparação. Todavia, a diferença verificada não foi estatisticamente significativa (p>0,05). No que concerne à prevalência de antigenemia por ELISA-Og4C3, no inquérito de base foi de 18,1% e 14,3%, seis meses depois da AMM. A diferença verificada não foi estatisticamente significativa (p>0,05). A prevalência de portadores de antígenos filariais circulantes, tanto no inquérito de base, assim como no inquérito pós AMM foi superior que a prevalência de portadores de microfilárias. Estes resultados mostraram que na 1ª ronda de AMM com recurso à IVM+ALB, não houve redução dos níveis de microfilárias e de antígenos de W. bancrofti, sugerindo, deste modo, que a estratégia continue assegurando-se que em regiões de altas prevalências como Murrupula, a avaliação intermédia opcional após a terceira ronda, seja um imperativo para analisar a tendência da microfilarémia e antigenemia durante o progresso do programa para garantir a eliminação da doença até ao ano 2020.