Relações entre argumentação e flexibilidade cognitiva no envelhecimento típico : um estudo exploratório

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: AMARAL, Stefânio Ramalho do
Orientador(a): SANTOS, Selma Leitão
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/50542
Resumo: A senescência é um conjunto de processos naturais decorrentes do processo de maturidade do ser humano e difere da senilidade, compreendida como um conjunto de transformações patológicas do indivíduo. Este estudo teve como objetivo geral investigar empiricamente e analisar discursivamente o potencial de um programa sistemático de intervenção focado em argumentação adaptado para pessoas idosas com declínios cognitivos típicos, especificamente em processos relacionados à flexibilidade argumentativa, compreendida como construto teórico observável empiricamente através de movimentos argumentativos, como antecipação e resposta a perspectivas múltiplas, contrárias e divergentes. A especificidade desta tese está: a) na adaptação e aplicação para senescentes de um programa sistemático de intervenção focado em argumentação, e b) na análise discursiva do potencial da referida adaptação, especificamente em processos relacionados às flexibilidades cognitiva e argumentativa. Participaram 15 pessoas com idade entre 60 e 75 anos, com declínios cognitivos típicos, com autonomia e baixos índices de depressão e ansiedade. Como método, adaptou-se o Modelo do Debate Crítico em quatro ciclos, durante dez sessões, focando quatro tópicos: fake News, inserção da pessoa idosa na sociedade brasileira do século XXI, políticas públicas para a pessoa idosa e finitude. As transcrições das intervenções foram analisadas em duas etapas, através da unidade triádica argumentativa – argumento (ponto de vista e justificativa), contra-argumento e resposta – e com ancoramento em modalizadores discursivos, em busca de indicadores discursivos de flexibilidade argumentativa. Na microanálise – análises minuciosas e detalhadas, que servem como exemplo das análises realizadas no corpus – foram selecionados intencionalmente dois participantes que estiveram em todas as dez sessões. Na macroanálise, foram selecionados intencionalmente seis participantes que tiveram frequência superior a sete sessões, em busca de possíveis transformações na frequência dos indicadores discursivos durante a intervenção. Ao comparar as cinco sessões iniciais e as cinco finais, as análises indicaram tendência ao aumento da densidade de movimentos flexibilizadores e à diminuição de movimentos conservadores. Estes resultados sugerem possíveis impactos do programa de intervenção na cognição dos participantes, especificamente quanto à reflexão, antecipação e consideração de perspectivas divergentes.