Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Martins, Cíntia Ribeiro |
Orientador(a): |
Abreu, José Neander Silva |
Banca de defesa: |
Mello, Cláudia Berlim de,
Alchieri, João Carlos,
Fonseca, Rochele Paz,
Abreu, José Neander Silva,
Lima, Thatiana Helena de |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto de Psicologia
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/32839
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Resumo: |
A avaliação neuropsicológica do Controle Inibitório (CI) e da Flexibilidade Cognitiva (FC) na infância contribui para uma melhor compreensão desenvolvimental das capacidades de inibir respostas preponderantes e alternar entre regras, possibilitando adaptações de acordo com as demandas do meio. O presente estudo teve como objetivo analisar desenvolvimento do CI e FC em pré-escolares e escolares utilizado o Teste de Inibição e Flexibilidade Cognitiva (TIF). Para tanto, foram realizados cinco estudo empíricos. O estudo empírico I buscou identificar os instrumentos computadorizados para avaliar CI e FC em crianças, baseados no paradigma Stroop, por meio de uma revisão sistemática. Foi utilizado o Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA). Foram encontrados 24 instrumentos em 36 artigos analisados por dois avaliadores independentes. Constatou-se que os instrumentos que atendam aos parâmetros psicométricos são bastante escassos em todo mundo. Geralmente, estes instrumentos se caracterizam como tarefas neuropsicológicas, e não testes neuropsicológicos. Assim, o estudo empírico II buscou verificar as evidências de validade baseadas no conteúdo do TIF para crianças. Foram realizadas a análise por juízes e a análise semântica. Participaram 08 experts na área de construção de instrumentos e neuropsicologia, e 16 crianças com quatro e dez anos. O TIF foi considerado um instrumento adequado para crianças de quatro a dez anos, e se demonstrou sensível em apreender as diferenças destes grupos etários, tendo itens claros, com pertinência prática e relevância teórica. O estudo empírico III teve por objetivo verificar as evidências de validade baseadas na estrutura interna do TIF. Participaram 780 crianças. A partir do Modelo de Equação Estrutural Exploratório (MEEE/ESEM) e Análise Fatoriais Confirmatórias (AFC) foram encontrados três fatores independentes, mas que se relacionavam entre si, totalizando 48 itens: inibição (24 itens), manutenção da regra (12 itens) e Flexibilidade Cognitiva (12 itens). Para o MEEE/ESEM e a AFC utilizou-se o Mplus, versão 8.4. O teste demonstrou parâmetros psicométricos satisfatórios de validade e fidedignidade, indicando que o TIF é um instrumento adequado para avaliar os construtos CI e FC em crianças. O estudo empírico IV propôs verificar as evidências de validade baseadas na relação com variáveis externas do TIF. Participaram 636 crianças, com desenvolvimento típico, distribuída em dois grupos etários (04 a 06 anos; e 07 a 10 anos). Nas duas amostras foram utilizados: questionário sociodemográfico e o TIF. Os demais instrumentos foram organizados em dois protocolos distintos: 1) Teste de Stroop Dia e Noite, Teste de Trilhas para Pré-Escolares, e Tarefa de Alcance de Dígitos; e 2) Teste dos Cinco Dígitos (FDT), e Subteste Dígitos da WISC IV, respectivamente. Foram realizadas estatísticas descritivas, Teste de Mann-Whitney, e correlação de Spearman, por meio do Statistical Package for Social Sciences (SPSS) IBM®, versão 23.0. Os resultados indicam efeitos para as variáveis biodemográficas (faixa etária, sexo e tipo de escola) com relação aos subtestes do TIF (inibição, manutenção da regra e Flexibilidade Cognitiva); associações moderadas entre os subtestes do TIF e o desempenho das crianças em medidas correlatas; e associações fracas ou ausentes em medidas não correlatas. Por fim, o estudo empírico V, que objetivou analisar a trajetória desenvolvimental do CI e FC em pré-escolares e escolares. Participaram do estudo 780 crianças, com desenvolvimento típico, distribuídos em dois grupos etários, pré-escolares e escolares. Os instrumentos utilizados foram: questionário sociodemográfico; TIF; Escala de Maturidade Mental (Colúmbia); e Escala Wechsler Abreviada de Inteligência (WASI). As análises descritivas, de comparação de grupos (teste Kruskal Wallis e teste de Mann-Whitney) e a correlação de Spearman foram realizadas por meio do programa JASP, versão 13.0. Já para o MEEE/ESEM e a AFC utilizou-se o Mplus, versão 8.4. Os resultados sugerem que os subtestes do TIF acompanham o desenvolvimento progressivo da idade. Os escolares tendem a apresentar maior acurácia, em menos tempo, do que os pré-escolares. A estrutura fatorial das funções executivas para pré-escolares e escolares é distinta tanto no conteúdo quanto na forma dos modelos fatoriais. Para os primeiros encontrou-se um modelo tridimensional interrelacionado entre inibição, manutenção da regra e Flexibilidade Cognitiva. Já para o segundo, foi verificado um modelo tridimensional com fatores relacionados entre si (inibição, manutenção da regra e Flexibilidade Cognitiva), e congregados por um fator latente (controle executivo). Tais resultados indicam que o TIF é um instrumento com evidências de validade de construto adequadas para pré-escolares e escolares, sendo sensível aos indicadores da trajetória desenvolvimental, contribuindo para uma melhor compreensão do desenvolvimento das funções CI e FC na infância, e para a prevenção, promoção e reabilitação destas, no contexto clínico e educacional. |