Da descrição de áreas à teoria dos geossistemas: uma abordagem epistemológica sobre sínteses naturalistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Cavalcanti, Lucas Costa de Souza
Orientador(a): Corrêa, Antônio Carlos de Barros
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10661
Resumo: Ecossistemas, geossistemas, regiões naturais, ecorregiões, paisagens, biomas, complexos biogeocenóticos, complexos territoriais naturais e tantos outros termos representam, nas acepções de distintos autores, a ideia de que existe uma ordem natural promovendo a organização da superfície terrestre a partir das relações entre seus elementos constituintes (rochas, solos, seres vivos, água, etc.) e alguns externos (sol, movimentos orbitais, atividade interna do planeta). O conceito genérico de áreas naturais, como categoria de estudo da Geografia, e como produto de sínteses naturalistas é objeto deste trabalho. Fazendo uso de uma abordagem epistemológica, investigamos a estrutura, origens, desenvolvimento e aplicabilidade do conceito de áreas naturais, tendo como objetivo promover o entendimento da ideia de áreas naturais como categoria chave da Geografia. Inicialmente procuramos identificar os elementos estruturantes das sínteses naturalistas, entendidas como sistemas de gestão da informação sobre a natureza na superfície terrestre. Para tanto, comparamos exemplos de sínteses propostas para o Estado de Pernambuco. Em seguida, buscou-se entender as origens e desenvolvimento do conceito de áreas naturais a partir de uma abordagem historiográfica. Posteriormente, apresentamos aspectos fundamentais da teoria dos geossistemas como estudo de áreas naturais e perspectivas de sua difusão no Brasil. Neste momento, foram revelados diversos erros comuns à interpretação da referida teoria no nosso país. Com base na teoria em questão foram aplicadas técnicas de diferenciação de geossistemas locais inferidos por geoprocessamento e descrições físico-geográficas em campo, suportadas adicionalmente por estudos prévios sobre os condicionantes geológico-geomorfológicos e climáticos sobre as paisagens. A área de estudo escolhida foi o Parque Nacional do Catimbau (Nordeste do Brasil). Por fim, esta tese de doutorado apresenta muitas informações até então desconhecidas para a geografia brasileira, além de mostrar, com o exemplo empírico das paisagens do Catimbau, muitos enganos na interpretação do potencial da teoria dos geossistemas para estudos detalhados das áreas naturais. Deste modo, são fornecidos fundamentos para o desenvolvimento de uma geografia física integrada no nosso país, sobretudo a partir da consolidação do conceito de geossistema/área natural como categoria de estudo.