Caracterização estrutural e avaliação da atividade antimicrobiana da lectina da testa de Punica granatum L.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: SILVA, Pollyanna Michelle da
Orientador(a): PAIVA, Patricia Maria Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/15432
Resumo: Frutos da romãzeira (Punica granatum L.) são usados popularmente para tratar infecções causadas por microorganismos. Este trabalho descreve o isolamento da lectina da sarcotesta de P. granatum (PgTeL; P. granatum testa lectin) através de extração de proteínas utilizando NaCl 0,15 M, fracionamento salino utilizando sulfato de amônio (30 % de saturação) e cromatografia em coluna de quitina. A atividade hemaglutinante (AH) foi monitorada ao longo do processo de purificação utilizando eritrócitos de coelho. A massa molecular de PgTeL nativa foi determinada por cromatografia de gel filtração e o perfil eletroforético em condições desnaturantes foi avaliado em gel de poliacrilamida contendo sulfato sódico de dodecila (SDS-PAGE). Os efeitos do pH, temperatura e íons sobre a sua AH foram determinados e a atividade antimicrobiana contra bactérias e fungos de importância médica foi avaliada através da determinação das concentrações mínima inibitória (CMI), mínima bactericida (CMB) e mínima fungicida (CMF). Ainda, foi avaliado o efeito de PgTeL na capacidade de aderência e invasiva de bactérias em células HeLa. Tratamento do extrato que apresentou HA específica (18,3) da sarcotesta com sulfato de amônio resultou na precipitação de contaminantes proteicos, uma vez que a fração sobrenadante (FS 30%) apresentou maior AH específica (782) que a fração de proteínas precipitadas (13,92). O perfil da cromatografia de FS 30% em coluna de quitina apresentou um único pico proteico adsorvido, que foi eluído com ácido acético 1,0 M e, após diálise, aglutinou eritrócitos, correspondendo a PgTeL (AH específica: 19.430). A massa molecular relativa de PgTeL nativa em cromatografia de gel filtração foi 58 kDa. Em SDS-PAGE, PgTeL apresentou uma única banda polipeptídica de 58 kDa, indicando que sua estrutura não é formada por subunidades unidas por ligações nãocovalentes. A AH de PgTeL foi detectada em valores de pH de 5,0 a 8,0 e foi resistente ao aquecimento até 100°C durante 30 minutos. A AH de PgTeL foi estimulada por Ca2+ (10 mM) e Mg2+ (20 mM). PgTeL foi agente bacteriostático e bactericida contra Aeromonas sp., Enterococcus faecalis, Escherichia coli, Micrococcus luteus, Salmonella enteritidis, Serratia marcescens, Staphylococcus saprophyticus e Streptococcus mutans (valores de CMI variando de 0,27 a 9,0 μg/mL e CMB de 0,27 a 68,4 μg/mL), enquanto apenas inibiu o crescimento de Klebsiella sp., Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis (valores de CMI variando de 16 a 20 μg/mL). PgTeL também inibiu a capacidade de aderência de S. enteritidis (40% de inibição) e a capacidade invasiva de E. coli e S. aureus (59% e 25% de inibição respectivamente) em células HeLa. PgTeL mostrou atividade antifúngica contra espécies de Candida (com CMI variando de 6,25 a 25 μg/mL e CMF variando de 6,25 a 50 μg/mL). Em conclusão, PgTeL é uma lectina ligadora de quitina, termoestável, ativa em ampla faixa de pH e com ação antibacteriana e antifúngica, bem como é capaz de interferir na aderência e capacidade invasiva bacteriana.