Avaliação do estado de conservação do coral endêmico Mussismilia harttii (Verrill, 1868) (Cnidaria: Anthozoa) no Brasil
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25918 |
Resumo: | Mussismilia harttii já foi uma das espécies mais abundantes nos recifes brasileiros, no entanto, desde a década de 60 é registrado o declínio de suas populações. Atualmente, essa redução é mais evidente e testemunhada por extensos cemitérios de pólipos ao longo dos recifes da região Nordeste. O estado de conservação atual da espécie no banco de dados da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN) encontra-se como “Dados Insuficientes” (DD). A Portaria Nº 445, de 17 de Dezembro de 2014 e a Lista Vermelha das espécies ameaçadas no Brasil, colocam a espécie como EN (Em Perigo). Para avaliar as populações quanto seu estado de conservação, foram analisados parâmetros ecológicos e merísticos, baseados em critérios quantitativos relacionados a tamanho, estrutura, saúde populacional e distribuição geográfica desta espécie. A relação com esses últimos e os fatores abióticos também foram avaliados de modo a identificar as principais ameaças e, assim, planejar ações que possam ajudar a proteção da espécie e limitar a degradação desses ecossistemas, principalmente por impactos locais. Os resultados mostram uma redução das populações de M. harttii em todos os ambientes recifais analisados (Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Bahia) com reduções de até 60% em algumas áreas analisadas em relação aos dados qualitativos de Laborel, 1970 e com a presença de extensos cemitérios, com densidades de até 33 pólipos/m². Após as análises populacionais, nossos resultados corroboram a inclusão da espécie na categoria EN, porém é bom destacar que a situação da espécie não é uniforme para todos os Estados avaliados. Foi constatada uma clara diminuição das populações sentido Norte-Sul, com os Estados de Paraíba e Pernambuco apresentando populações drásticamente debilitadas, em áreas com grande quantidade de sedimentos finos, alta taxa de construção na faixa supralitoral e com índice de turismo elevado, além de haver áreas com extinção local da espécie. Os Estados de Alagoas e Bahia também apresentam populações afetadas e em declínio, porém com índices ecológicos melhores, associados aos indicadores de recifes saudáveis, como baixa taxa de branqueamento, baixa prevalência de doenças coralinas, baixa cobertura de algas e alta diversidade. Assim, recomenda-se a implementação de um programa de monitoramento a curto e longo prazo, incluindo ações emergenciais para a recuperação e manutenção das populações. |