Resumo: |
Este trabalho aborda a delimitação e a produção dos espaços do Vale do rio São Francisco, em dois momentos distintos da história do Brasil republicano: o Estado Novo e a ditadura civil-militar. Para a problematização das categorias e práticas de configuração espacial, foram tomados, como vestígios históricos, textos produzidos no passado por diferentes campos de saber, como as Engenharias, a Geografia e a Sociologia, além de matérias jornalísticas e de imagens como fotografias e mapas, atentando-se para seus usos dentro de seus respectivos circuitos sociais. O trabalho questiona determinadas categorias conceituais usadas pelos discursos, no direcionamento das práticas e na ordenação do olhar sobre as paisagens e os grupos sociais, e procura romper com certa naturalização que homogeneíza os espaços e nele fixa os indivíduos de modo a-histórico. Para isso, são discutidas as implicações políticas dos conceitos, imagens e enunciados abordados, bem como os diferentes projetos e disputas que concorreram para a configuração espacial em estudo, a qual se estabeleceu pela investigação e pelas estratégias de governo dos espaços daquele que foi chamado de “rio da integração nacional” e de seus agentes sociais. |
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