Alterações vasculares pulmonares em pacientes com fibrose periportal esquistossomótica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: de Cassia dos Santos Ferreira, Rita
Orientador(a): Lúcia Coutinho Domingues, Ana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/1463
Resumo: A esquistossomose mansônica, doença endêmica no Brasil, pode acometer diversos órgãos, sendo o comprometimento vascular pulmonar, um dos mais graves, consistindo principalmente em hipertensão arterial pulmonar (HP) e síndrome cianótica. A HP é definida pela presença de pressão sistólica de artéria pulmonar maior que 35 mmHg, ou pressão média de artéria pulmonar maior que 25mmHg em repouso ou maior que 30mmHg em exercício. A síndrome cianótica pode ser designada atualmente como síndrome hepatopulmonar (SHP), que se caracteriza pela presença de doença hepática ou hipertensão portal associada à presença de dilatações vasculares intrapulmonares (DVIP) e aumento da diferença alvéolo-arterial de oxigênio (DA-aO2) ≥15mmHg. O ecodopplercardiograma transtorácico (Eco-TT) é um método diagnóstico não invasivo, mais sensível para investigação de hipertensão pulmonar (HP), e com a utilização de contraste de microbolhas é usado para o diagnóstico de DVIP. Objetivos: Determinar a prevalência de HP e de SHP nos pacientes com fibrose periportal esquistossomótica, atendidos no ambulatório de esquistossomose do Hospital das Clínicas-Universidade Federal de Pernambuco (HC-UFPE). Métodos: 84 pacientes com fibrose periportal esquistossomótica, no período de abril a julho de 2007, com idade entre 18 e 70 anos, foram atendidos e submetidos à determinação de gasimetria arterial, e Eco-TT. Os pacientes que apresentaram D(A-a)O2 ≥15mmHg, realizaram Eco-TT com contraste de microbolhas (solução fisiológica agitada). Todos pacientes com HP e SHP foram subsequentemente submetidos à tomografia computadorizada multidetectores (TCMD) de tórax com 16 canais. Resultados: a prevalência de HP em pacientes com fibrose periportal esquistossomótica foi de 10,7% (IC: 5,02-19,37) (nove pacientes). Os achados da TCMD foram: aumento do diâmetro do tronco pulmonar (66,6%), aumento da relação do diâmetro do tronco pulmonar com o diâmetro da aorta torácica (55,5%), aumento do diâmetro das artérias pulmonares principais (100%), aumento da relação do diâmetro dos vasos segmentares com o diâmetro dos brônquios adjacentes (88,8%), redução abrupta do calibre dos vasos periféricos e cardiomegalia (77,7%). Nenhum paciente apresentou evidências de tromboembolismo pulmonar. Estes dados estão apresentados no artigo 1: Prevalência de Hipertensão Pulmonar em Pacientes com Fibrose Periportal Esquistossomótica Atendidos no HC-UFPE. Vinte e dois pacientes (26,19%) dos 84 pacientes apresentaram D(A-a)O2 ≥15mmHg e realizaram Eco-TT com contraste de microbolhas, havendo evidência DVIP em cinco pacientes, definido uma prevalência de SHP de 6% nesses pacientes (IC: 1,96-13,35). Os achados da TCMD neste grupo foram: aumento do diâmetro de artérias periféricas (100%), relação diâmetro de artérias segmentares/brônquios adjacentes maior ou igual a 2:1 (100%), maior número de ramos periféricos estendendo-se para superfície pleural e micronódulos associados a vasos centrilobulares mais em lobos inferiores (40%). Em nenhum paciente, foram visibilizadas fístulas arteriovenosas. Esses dados são apresentados no artigo 2: Prevalência de Síndrome Hepatopulmonar em Pacientes com Fibrose Periportal Esquistossomótica Atendidos no HC-UFPE. Conclusão: A prevalência de HP foi de 10,7% e a prevalência de SHP foi de 6% em pacientes com fibrose periportal esquistossomótica