Avaliação de curto prazo dos efeitos letais e subletais da Atrazina sobre o nematoide marinho de vida-livre Litoditis marina (BASTIAN, 1865) Sudhaus, 2011 (Rhabditida: Rhabdtidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: FRANCOLINO, Bruno Yuri
Orientador(a): SANTOS, Giovanni Amadeu Paiva dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44887
Resumo: Os herbicidas organoclorados são amplamente utilizados em muitos lugares do mundo apesar de possuirem propriedades tóxicas para muitos organismos, incluindo humanos, e de sua alta persistência ambiental em águas e sedimentos. Com intuito de avaliar adequadamente os efeitos dos contaminantes ao longo dos níveis tróficos em comunidades aquáticas, as respostas de diferentes organismos modelo devem ser investigadas. Particularmente para ambientes bentônicos marinhos, relativamente poucos organismos modelo estão disponíveis para a avaliação em condições laboratoriais controladas de efeitos letais e subletais. Dentre os agrotóxicos existentes, o herbicida atrazina é bastante utilizado em diversas culturas. Este herbicida atinge facilmente os lençóis freáticos através da lixiviação e apresenta também um alto potencial de escoamento superficial, ou seja, é facilmente carreado do solo pelas águas, podendo culminar atingindo ambientes aquáticos e consequentemente causar efeitos tóxicos em diferentes níveis da fauna. Nesta dissertação foi investigado o uso de duas espécies crípticas do nematoide de vida-livre Litoditis marina, como organismo modelo para testes de curto prazo dos impactos do herbicida atrazina sobre parâmetros populacionais e de história de vida de L. marina PmIII no primeiro artigo; já no segundo artigo, foi averiguado os efeitos da interação entre o herbicida atrazina e variação de salinidade, sobre a sobrevivência de L. marina PmII. Facilidade de cultivo, curto tempo de geração e alta fecundidade tornam L. marina PmII e PmIII candidatos adequados para avaliar os efeitos de contaminantes, gerando assim uma avaliação rápida dos impactos ambientais, além de investigações mais detalhadas dos mecanismos por trás desses efeitos. Como resultado do primeiro artigo, a concentração letal para 50% dos organismos testados (CL50) da atrazina para L. marina PmIII adulto foi de 3,3 ± 0,5 mg/L após exposição de 120 h, sugerindo uma sensibilidade maior desta espécie em comparação com outras espécies modelo de invertebrados aquáticos, principalmente crustáceos. Os efeitos subletais foram observados em concentrações de atrazina a partir de 0,8 mg/L. Esses efeitos subletais foram amplamente consistentes entre os diferentes traços de história de vida e parâmetros populacionais, mas a fecundidade e as abundâncias máximas de jovens e adultos foram as variáveis de resposta mais sensíveis. Portanto, é sugerido que uma avaliação adequada dos efeitos subletais da atrazina em L. marina PmIII requer uma combinação de diferentes características de história de vida e parâmetros em nível populacional. Foi concluído que L. marina PmIII é uma espécie modelo adequada para ser utilizada em pesquisas ecotoxicológicas abrangendo efeitos letais e subletais, contribuindo para a avaliação de risco ambiental em sistemas marinhos e estuarinos. Como resultado do segundo artigo, a CL50 da atrazina para adultos de L. marina PmII em 120 h de exposição na salinidade 15 foi de 0,66 ± 0,01 mg/L, sendo 10,4 vezes menor do que a CL50 de 120 h da salinidade 30 (6,88 ± 0,64 mg/L). Foi concluído que a atrazina teve uma toxicidade maior na menor salinidade (15), causando um efeito prejudicial na sobrevivência de L. marina PmII.