Atividade antitumoral de mono e sesquiterpenos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA, Bruno Iraquitan Miranda da
Orientador(a): AGUIAR, Jaciana dos Santos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/44520
Resumo: O câncer é a segunda maior causa de mortes prematuras no mundo e tem como seu principal tratamento a quimioterapia, que está associada a fortes efeitos adversos que causam enfraquecimento dos pacientes. Por isso, há uma demanda crescente na prospecção de fármacos anticâncer oriundos de produtos naturais, por serem considerados menos tóxicos. Nesse contexto, a classe dos terpenos representa uma alternativa no combate ao câncer, pois, alguns dos compostos dessa classe já foram descritos como efetivos antitumorais de baixa toxicidade. O objetivo deste trabalho foi avaliar a atividade antitumoral de um painel de 17 terpenos, mono e sesquiterpenos. Para isto, foi realizado o screening inicial dos 17 terpenos pelo ensaio do MTT em linhagens de células tumorais humanas e não tumoral. Os compostos com percentual de inibição do crescimento > 75% tiveram os valores de concentração que inibe 50% do crescimento celular (CI50) definidos, do composto que apresentou melhores resultados, foram realizados ensaio hemolítico em eritrócitos murinos, análise morfológica e de formação de colônias em células HeLa. E, ainda, o estudo de docking molecular utilizando os receptores p53, Bcl2-xL, tubulina e DNA. Os seguintes compostos monoterpeno; α-pineno e sesquiterpenos; (+)-valenceno, β-cariofileno, (-)-α-copaeno e nerolidol, inibiram acima de 75 %, em 72h, uma linhagem celular ou apresentaram inibição específica para linhagens tumorais, esses compostos tiveram valores CI50 definidos. Entre os 17 compostos, o nerolidol foi selecionado, pois mostrou especificidade para as linhagens tumorais MCF-7 e HeLa, apresentando valores de CI50 de 17,63 e 13,50 μg/mL, respectivamente. Além disso, foi calculado o índice de seletividade onde foi observado que o nerolidol apresentou os maiores valores de seletividade tanto para linhagem MCF-7 quanto para HeLa, em comparação com a linhagem saudável L929. Na análise morfológica, o nerolidol já na menor concentração testada (7,5 μg/mL), induziu alterações celulares como a formação de vacúolos, presença de núcleos condensados e a diminuição dose dependente das células viáveis. O nerolidol causou hemólise nos eritrócitos murinos de forma dose dependente, no entanto, parece ser seguro até a concentração de 39 μg/mL onde apenas 2,7 % dos eritrócitos foram hemolisados, além disso, apresentou concentração efetiva de 50% (CE50) alta de 736,8 μg/mL. O nerolidol teve efeito negativo na formação de colônia de células HeLa, reduzindo em até 93% na maior dose testada (15 μg/mL), no entanto, os efeitos inibitórios do nerolidol foram reversíveis, uma vez que, as células retomaram o crescimento após suspensão do tratamento. Dentre os compostos analisados, em concordância com os estudos in vitro, o nerolidol apresentou melhores resultados de ancoragem, realizando ligações de hidrogênio com os receptores Bcl2-xL, tubulina e fragmento de DNA. A provável interação do nerolidol com esses receptores indicam interferência na divisão celular e indução da apoptose. Em conclusão, dos 17 terpenos analisados, o nerolidol apresentou maior citotoxicidade frente às linhagens tumorais e segurança frente às células saudáveis testadas, ademais, ambos os estudos in vitro e in silico, mostram indícios que o nerolidol esteja causando a morte celular por apoptose, embora, outros mecanismos intermediários como autofagia e bloqueio do ciclo celular possam estar envolvidos.