Validação clínica do diagnóstico de enfermagem Conhecimento deficiente em pacientes com insuficiência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: ARAÚJO, Suelayne Santana de
Orientador(a): FRAZÃO, Cecília Maria Farias de Queiroz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Enfermagem
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46073
Resumo: A identificação acurada do diagnóstico de enfermagem Conhecimento deficiente permite o planejamento da educação em saúde com metas que visem à melhora do conhecimento, em prol do autocuidado e da aderência terapêutica. O estudo teve como objetivo analisar as evidências de validade clínica do diagnóstico de enfermagem Conhecimento deficiente em pacientes com insuficiência cardíaca. Tratou-se de um estudo metodológico, com análise da acurácia das características definidoras e relações etiológicas, composto por 140 pacientes com insuficiência cardíaca crônica, acompanhados no ambulatório da Casa de Chagas, do Pronto-Socorro Cardiológico Universitário da Universidade de Pernambuco. Os dados foram coletados de novembro a dezembro de 2021, por meio de entrevista com formulário estruturado em anamnese, parâmetros clínicos e definições conceituais/empíricas dos indicadores clínicos e fatores etiológicos do diagnóstico de enfermagem Conhecimento deficiente e consulta aos prontuários. A análise dos dados ocorreu por meio do programa Statistical Package for the Social Sciences versão 21 e do software R 3.5.1, sendo incorporadas medidas descritivas, de tendência central e dispersão, e o teste de Kolmogorov-Smirnov com intervalo de confiança de 95%. Utilizou-se o modelo de duas classes latentes de efeitos randômicos para verificar a sensibilidade e a especificidade dos indicadores clínicos e estimar a prevalência do diagnóstico. No ajuste do modelo foram aplicados os parâmetros do teste de verossimilhança e da entropia. O cálculo de probabilidades posteriores analisou a associação dos indicadores clínicos com o diagnóstico e a Odds Ratio, a associação dos fatores etiológicos com o diagnóstico. A pesquisa teve aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco, sob o Parecer 4.969.568. Os resultados evidenciaram a prevalência estimada de 38,57% do diagnóstico de enfermagem. Entre os indicadores clínicos, a Piora da qualidade de vida teve a maior prevalência. As Declarações imprecisas sobre a doença e/ou terapêutica (sensibilidade = 1,0000, especificidade = 1,0000), Déficit no desempenho do autocuidado (sensibilidade = 1,0000, especificidade = 1,0000) e Comportamento inadequado (sensibilidade = 1,0000, especificidade = 1,0000), todos com o mesmo intervalo de confiança 95% para sensibilidade e especificidade (0,9999-1,0000), revelaram ser sensíveis e específicos, os que melhor predisseram a ocorrência do diagnóstico. O Desempenho impreciso no manejo das intercorrências (0,9078) (0,8245-0,9800) e o Seguimento inadequado de instrução (0,7411) (0,6235-0,8541) apresentaram alta sensibilidade e o Aumento das readmissões hospitalares (0,9300) (0,8666-0,9862) manifestou alta especificidade. No tocante aos fatores etiológicos, Indivíduos economicamente desfavorecidos (88,6%) demonstrou maior frequência e os fatores Idoso (Odds Ratio = 2,12, intervalo de confiança 95% = 1,05-4,27) e Indivíduos analfabetos (Odds Ratio = 2,07, intervalo de confiança 95% = 1,03-4,16) apresentaram associação estatística significativa com aproximadamente duas vezes a chance de desenvolver o conhecimento deficiente. Conclui-se que, entre os indicadores clínicos, cinco têm alta capacidade de triagem diagnóstica e quatro possuem alta especificidade, com vistas a serem usados para o diagnóstico confirmatório. Idosos e Indivíduos analfabetos expressaram chance duas vezes maior de ocorrência do diagnóstico na clientela. As evidências clínicas permitem ao enfermeiro planejar com precisão as intervenções de enfermagem baseadas na educação em saúde, diante das reais necessidades dos indivíduos.