De “Futuro do País” a um “Problema Social”: estudo sobre a construção da identidade social do drogado em escolas de ensino médio
Ano de defesa: | 2016 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Sociologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/20271 |
Resumo: | O objeto da presente tese se inclui na preocupação com os processos a partir dos quais os comportamentos dos indivíduos respondem, positiva ou negativamente, às expectativas dos outros, inscrevendo-se na problemática da delimitação de grupos sociais e dinâmicas de demarcação de suas respectivas posições sociais. Há processos de categorização social que remetem a determinado quadro relacional de oposição entre “normais” e “desviantes”, e ações de imputação de identidades centradas em algum atributo considerado depreciativo. É o caso do indivíduo acusado de usar drogas, cuja identidade social pode ser demarcada pelo caráter depreciativo de tais práticas em nossa sociedade. Esse estigma reflete, enquanto atributo significativamente depreciativo, nos processos de identificação social típicos dos distintos cenários de interações sociais. Em contextos como a escola – normalidade; homogeneização; racionalidade científica contraposta à irracionalidade de se consumir drogas – essa projeção pode trazer repercussões importantes para os estudantes associados a tais práticas. Esse é um atributo que tem o potencial de se sobrepor aos diversos outros que um indivíduo acusado de usar drogas é passível de possuir. Sobretudo, esta é uma prática concebida como terminantemente incompatível com os espaços de desenvolvimento da “cultura escolar”. Através da abordagem qualitativa e da análise das distintas modalidades de entrevistas em profundidade e registros das observações em lócus realizadas em quatro escolas de ensino médio da zona urbana do município de Juazeiro-Ba, discuto o confronto entre acusadores e acusados, problematizando as perspectivas de pessoas caretas (não usuários) em relação aos estudantes considerados drogados – signos, significados e práticas relacionadas ao consumo de drogas e à construção dessa categoria social. A partir das concepções mais gerais sobre o fenômeno, busca-se uma imersão no entendimento dos processos de acusação que opõe “acusadores” e “acusados” de consumirem drogas, e de ações na imputação de identidades; bem como analiso as dinâmicas e reações à possibilidade do estigma, por parte de estudantes desviantes secretos, usuários de alguma droga, portanto, passíveis de serem rotulados como drogados. |