A (re)produção socioespacial e as implicações no processo de ressignificação da “vida de bairro” nos bairros da Madalena e Zumbi, Recife – PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: CAVALCANTI, Thalita Natália
Orientador(a): SÁ, Alcindo José de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Geografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41471
Resumo: As transformações provenientes do modelo de vida moderno nas cidades têm causado diversas mudanças no espaço vivido que podem ser observadas não apenas na paisagem urbana, mas também no conteúdo das relações. Refletir acerca dessa problemática na escala de bairro, possibilitou a percepção de pequenas e grandes mudanças no cotidiano através de diferentes ordenações do tempo. Diante disso, esta dissertação propôs analisar as permanências e transformações na sociabilidade urbana, contemplando como recorte empírico os bairros da Madalena e Zumbi, situados na Zona Oeste da cidade de Recife- PE. Considerou-se as mudanças nos hábitos e costumes do cotidiano dos moradores, atentando para o que permanece e o que tem se dissolvido em função da dinâmica contemporânea da cidade do Recife. Para tal, realizou-se a caracterização da formação socioespacial da Madalena e de Zumbi em sua relação com a Comunidade do Berardo, que abrange partes dos dois bairros, assim como a dinâmica urbana do entorno. A produção do espaço sob a ótica do espaço vivido foi colocada em discussão contemplando as distintas noções de bairro, procedendo então com a análise das permanências e transformações na vida de bairro e suas implicações no processo de ressignificação dos fragmentos socioespaciais estudados. Sob o viés metodológico realizou-se uma abordagem qualitativa com caráter exploratório e explicativo. Como instrumentos de pesquisa foram realizados levantamento bibliográfico, trabalhos de campo para identificação de aspectos da sociabilidade in loco, registro fotográfico, aplicação de entrevistas semiestruturadas, levantamento de dados pela plataforma SIDRA do IBGE, tabulação e análise dos dados. Com o olhar crítico lançado entre o elo da perspectiva conceitual e o objeto empírico, foi possível identificar como a paisagem dos bairros e as relações de vizinhança têm sido alterados. Na primeira perspectiva, nota-se o avanço da verticalização do bairro da Madalena, que assim como outros bairros do entorno apresenta alto interesse do mercado imobiliário. Fenômeno esse não observado na mesma proporção em Zumbi, possivelmente pela sua condição de bairro popular. Ainda assim, o bairro de Zumbi sofre modificações em suas formas por meio de iniciativas dos moradores que constroem mais pavimentos em suas casas, muitas vezes sem a devida supervisão técnica. Em outra concepção, os hábitos e atividades rotineiras, como o uso da rua para a realização de festas comemorativas, as brincadeiras de criança, as conversas na calçada do fim da tarde, entre outros, que têm se dissipado e muito disso se deve ao acesso à tecnologia e ao constante medo da crescente violência urbana. Ainda assim, esses costumes parecem persistir principalmente nas áreas mais carentes, onde os moradores na ausência ou precariedade dos equipamentos de lazer, acabam promovendo encontros e outros tipos de atividades coletivas na rua e em espaços improvisados. Um exemplo disso é o canal fluvial que corta a comunidade do Sítio do Berardo que acabou por também adquirir essa função. De todo modo, essa não parece ser uma realidade restrita aos recortes estudados, provavelmente ocorrendo também em outros tantos bairros da cidade do Recife ou mesmo de outras grandes cidades brasileiras.