Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Roosevelt de Melo Florencio, Delano |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8448
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Resumo: |
A ontogênese humana é freqüentemente estudada sob a perspectiva da aquisição da linguagem e, especialmente, da aquisição do signo lingüístico. Considera-se a criança ouvinte e se perscruta o desenrolar da compreensão e domínio de uma língua oral. Atenta-se muito pouco para a criança surda, que não aproveita informações advindas dessa língua, a não ser casos especiais de crianças surdas oralizadas. Teóricos sociointeracionistas como, George Mead, Henri Wallon e Michael Tomasello, descrevem e explicam o processo ontogenético no curso de interações sociais, pondo em relevância o meio sociocultural em que vive a criança, único a propiciar-lhe condições adequadas ao seu desenvolvimento. Com o apoio dessas teorias o presente estudo procurou investigar o papel da linguagem no desenrolar do processo de intersubjetivação, em crianças surdas, que se expõem à aprendizagem da língua de sinais e que convivem com pessoas falantes de uma língua oral (ouvintes). Foi observado e videogravado um grupo de 10 crianças surdas, de ambos os sexos, na faixa etária entre 4 e 8 anos, numa sala de atividades de Educação Infantil de uma escola pública de Pernambuco. Estas crianças têm uma característica em comum, qual seja, serem filhos e filhas de pais ouvintes e estarem expostas à aprendizagem da Língua Brasileira de Sinais LIBRAS, assim como da língua portuguesa em sua forma escrita. Foram recortados e analisados segmentos de vídeo em que as crianças interagiam entre si ou com dois professores, os quais dominavam a língua de sinais. Os resultados indicam que: a) crianças surdas utilizam-se de movimentos, gestos, mímicas e sonorização em seus esforços comunicativos com o outro parceiro; b) tanto quanto crianças ouvintes, elas imitam umas as outras ou encenam situações, facilmente reconhecidas pelo observador; c) sem o domínio da língua de sinais, ainda em processo de aprendizagem, as crianças completam as lacunas comunicativas por meio de gestos, movimentos do corpo e outros modos de expressão, demonstrando intencionalidade em orientar a atenção do outro para o tópico em discussão; d) os processos interacionais parecem propiciar aos sujeitos surdos, tanto quanto já se conhece em relação aos ouvintes, o esteio necessário para a assimilação e interpretação da cultura da qual fazem parte; eles, por sua vez, também promovem novas concepções, artefatos e rotinas no grupo. Discute-se, finalmente, que esses achados poderão contribuir para modificar concepções, ainda presentes, de que sujeitos surdos são portadores de uma incapacidade e incompletude no que tange à utilização de ferramentas lingüísticas. Têm-se evidências de trocas interacionais efetivas que constituem o processo de intersubjetivação de sujeitos surdos, que se utilizam de recursos comunicativos a seu alcance e adquirem, progressivamente, o domínio de uma língua, no caso, a LIBRAS, de caráter gestual/visual |