Investigação toxicológica e composição fitoquímica da infusão das folhas de Moringa oleifera Lam.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: BARROS, Matheus Cavalcanti de
Orientador(a): PAIVA, Patrícia Maria Guedes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias Biologicas
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40212
Resumo: A infusão das folhas de Moringa oleifera Lam. é usada pela população no tratamento de inflamação, hiperglicemia e para controle de peso. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) proibiu a comercialização de alimentos que apresentem M. oleifera na sua composição devido à falta de dados sobre toxicidade. A presente dissertação investigou a composição fitoquímica, as atividades antioxidante e hemolítica in vitro e a toxicidade in vivo de infusão das folhas de M. oleifera. As folhas (10 g) foram adicionadas a água destilada e após 100 °C a 15 min, a mistura foi filtrada e liofilizada. A caracterização fitoquímica foi feita por cromatografia de camada delgada (CCD) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). A atividade antioxidante foi avaliada pelos testes do DPPH e ABTS (31,25 - 1.000 µg/mL) e os resultados representados pela concentração de antioxidante que inibiu 50% dos radicais (IC50). A atividade hemolítica foi realizada com eritrócitos de camundongos (31,25 - 1.000 µg/mL) e os resultados expressos como a concentração que promoveu 50% de hemólise (EC50). O ensaio de toxicidade aguda usou camundongos albinos Swiss fêmeas administrados oralmente com dose única da infusão a 2000 e 5.000 mg/kg com posterior análise nas primeiras duas horas e durante 14 dias. Os animais foram avaliados quanto ao peso corporal, consumo de água e ração, parâmetros bioquímicos e hematológicos e histologia do fígado, baço e rins. A genotoxicidade e a mutagenicidade in vivo da infusão (2000 mg/kg) foi analisada através do ensaio cometa e teste do micronúcleo, respectivamente. A CCD detectou flavonoides, derivados cinâmicos e saponinas e a CLAE detectou derivados cinâmicos e flavonoides. Foram obtidos valores de 108,12 ± 1,59 µg EAT/mg para fenois totais, 2,69 ± 0,36 µg ER/mg para flavonoides e 0,74 ± 0,06 µg EC/mg para cumarinas. A infusão tem atividade antioxidante (CI50 51,51 ± 4,54 µg/mL e 53,95 ± 3,26 µg/mL, nos testes do DPPH e ABTS, respectivamente) e não tem atividade hemolítica (CE50 superior a 1000 µg/mL). Na dose de 5.000 mg/kg os animais apresentaram taquicardia, aumento de ambulação e agitação nas primeiras duas horas de observação. As duas doses não alteraram o peso ou o consumo de água e ração, bem como os parâmetros bioquímicos, hematológicos e histológicos nos animais tratados. Genotoxicidade e mutagenicidade não foram detectadas na dose de 2000 mg/kg. O estudo revela que a infusão das folhas de M. oleifera é fonte de polifenois e agentes antioxidantes, os quais estão relacionados com suas aplicações biológicas. Além disso, a preparação não é hemolítica, não tem toxicidade aguda e não causa efeito adverso ao material genético. Contudo, avaliação do comportamento dos animais indica o uso de doses até 2.000 mg/kg.