“Na minha quadrilha só tem gente que brilha”: corporalidades dissidentes e direitos humanos nas quadrilhas juninas do Recife/PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: MELO, Liana de Queiroz
Orientador(a): MIRANDA, Marcelo Henrique Gonçalves de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Direitos Humanos
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/30583
Resumo: As manifestações da cultura popular podem traduzir valores, crenças e concepções daqueles/as que as vivenciam. Dançadas no Brasil desde o século XIX, as quadrilhas juninas passaram por uma série de transformações aproximando-se cada vez mais da realidade de seus brincantes. Folguedo com forte imersão na periferia da capital pernambucana, percebe-se, no período mais recente, a s participação de homossexuais, travestis e transexuais ao tempo em que mantém elementos heteronormativos, a exemplo do ritual do casamento e dos papeis desempenhados pelas personagens nas apresentações nos concursos durante as festas juninas. Nesta pesquisa investigamos, a partir da observação dos ensaios e das apresentações da Quadrilha Junina Tradição (Recife/PE), bem como de entrevistas semiestruturada, os sentidos de masculinidades e feminilidades nesse universo a partir de reflexões da estrutura cênica e do cotidiano social dos/as quadrilheiros/as. Percebemos que a encenação das personagens nas apresentações dos grupos participantes refletem de maneira paradoxal uma multiplicidade de identidades. Ao mesmo tempo em que certos códigos são naturalizados há fissuras e os consentimentos também acompanham as disputas em uma constante luta pela desmistificação de um corpo essência que ocorre nos palcos e nos bastidores do folguedo. Ademais também são discutidas a questão da inclusão das corporalidades dissidentes como reconhecimento de si mesmo e de terceiros com a capacidade de construir uma forma de cidadania pautada nos direitos humanos.