Juan Ginés de Sepúlveda: Gênese do pensamento imperial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Rodrigues, Juan Pablo Martín
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7053
Resumo: Ginés de Sepúlveda é um cronista real do século XVI e preceptor do príncipe Felipe II, que se aproxima de uma moderna razão de Estado a qual ele deve servir e para a qual foi formado conforme a sua profissão e status de humanista. Objetiva-se com esse trabalho demonstrar que Sepúlveda apresenta uma proposta civilizatória hegemônica que antecipa de alguma forma o pensamento imperial moderno e, para tal, desenvolve o título de civilização como justificativa do sistema colonial (hoje pós-colonial). Com base nas posições teóricas de Dussel (2006), Mignolo (2003) e Wallerstein (2007), também pretende-se evidenciar que o referido cronista real consegue construir um aparelho ideológico com elementos medievais (agostinismo político) e renascentistas (estoicismo e aristotelismo naturalista) justificador das novas necessidades estatais de expansionismo imperial europeu do ponto de vista ético-filosófico, antecipando, de certo modo, a segunda modernidade, o Iluminismo. Neste trabalho, analisaram-se as principais obras de Sepúlveda: Democrates Alter e Primus, De Monarquia, a Apologia das Justas Causas da Guerra contra os Índios, a Exortação a Carlos V para que faça a guerra aos turcos e as crônicas reais, especialmente De Orbe Novo, nas quais pode-se observar que, na visão de Sepúlveda, a religião, por meio da evangelização, cumpre com os seus fins justificativos, mas sempre servindo a uma ideia abrangente de princípio civilizatório. Ainda se destaca que o autor subsume os princípios cristãos na ética estóica, baseado numa compreensão do mundo sublunar como isento de intervenção divina no cotidiano, seguindo a Pietro Pomponazzi