Astúcias do desejo : práticas e trânsitos de prostitutas na cidade de Itabuna BA (1930 a 1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Dos Anjos Nunes Oliveira, Carolina
Orientador(a): Cristina Martins Guillen, Isabel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7571
Resumo: A dissertação estuda os conflitos sociais provocados pela presença e as sexualidades das prostitutas na cidade de Itabuna, sul da Bahia, fazendo uma análise dos discursos que apontaram a visibilidade dessas mulheres e confluíram para a negativação de suas práticas. Em meados da década de 1930 as informações-denúncia sobre o comércio sexual, começaram a ser veiculadas com constância nos periódicos de Itabuna tais como: A Época, Diário de Itabuna, Jornal Oficial do Município de Itabuna, O Intransigente, O Fanal e Voz de Itabuna. A imprensa local mostrou-se preocupada com a sexualidade das prostitutas. Esquadrinhou o território urbano, incumbindo-se de denunciar em suas páginas os comportamentos que, na visão que representavam, desviaram do padrão hegemônico pretendido para as mulheres dessa sociedade. Atrelado a isto os discursos provenientes do judiciário e da medicina construíram o comércio sexual da cidade como problema social e de saúde pública. Por sua vez, os documentos oficiais do poder público continham prescrições normatizadoras que buscaram regulamentar os costumes dos itabunenses e os usos desta cidade. Esta teia discursiva atribuiu diversos males à presença das prostitutas, sobretudo nos territórios centrais de Itabuna, os quais seriam supostamente sanados mediante a saída dessas mulheres desses espaços. Na década de 1940 houve uma intensificação da tentativa de controle das atividades das prostitutas, expressa dentre outras formas pela Campanha moralizadora do centro da cidade desencadeada em 1943. Ao conduzirem suas vidas de uma maneira peculiar, essas mulheres se destacaram no tecido social por suas práticas sexuais entendidas como fora da norma . A partir da década de 1960, as aparições das mulheres que mercavam sexo nos periódicos locais e documentos começaram a rarear, ao passo em que essas mulheres se estabeleceram nos bairros periféricos da cidade.