Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
MOTA, Hugo Ribeiro |
Orientador(a): |
SILVA, Marcos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Filosofia
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40343
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Resumo: |
Sobre a Certeza (1969) de Ludwig Wittgenstein (1889-1951) carrega considerações importantes sobre como justificamos nosso conhecimento. Em particular, a obra nos apresenta às assim chamadas hinge propositions. Elas são proposições que raramente proferimos, mas que relutamos em abandonar caso sejam postas em dúvida, e.g. “A Terra existia muito antes de meu nascimento”. Esse conceito é central para o desenvolvimento da Hinge Epistemology. De acordo com essa visão epistemológica, as hinge propositions são elementos importantes no desenvolvimento de novas respostas ao problema do regresso epistêmico — se todo conhecimento deve ser justificado e toda justificação necessita de suporte, então qualquer conhecimento pode ser infinitamente questionado, resultando em um regresso ao infinito. As propriedades das hinge propositions variam de acordo com as interpretações dadas às metáforas apresentadas por Wittgenstein na obra. Diante da multiplicidade de interpretações das hinge propositions, encontramos de maneira pervasiva a discussão sobre se elas implicariam em algum tipo de fundacionismo. As interpretações de maior relevância para nossa investigação são as que consideram as hinge propositions como epistêmicas e as que, ao contrário, as tratam como não-epistêmicas. Se as ideias presentes nos trabalhos da fase madura de Wittgenstein são comumente consideradas anti-fundacionistas, então por que esse não seria o caso também em Sobre a Certeza? Seria o caráter anti-metafísico e pragmatista de sua filosofia compatível com um fundacionismo epistêmico? Por um lado, alguns autores como Stroll (1994) e Moyal-Sharrock (2004a, 2016) compreendem que há um tipo de proposta fundacionista em Sobre a Certeza. Por outro, autores como Wright (1985), Williams (2005), Coliva (2010a, 2010b) e Pritchard (2011, 2016) defendem que Wittgenstein seria um anti-fundacionista. Para compreendermos em que medida essas abordagens são apropriadamente sustentadas pela obra, identificamos as metáforas que as fundamentam. Argumentamos que uma leitura anti-fundacionista é mais adequada, mesmo que não seja isenta de críticas. |