Padrões alimentares, estado nutricional e fatores socioeconômicos em adolescentes de escolas públicas do distrito de Chibuto, Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MACUÁCUA, Milagre Elias
Orientador(a): LIRA, Pedro Israel Cabral de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49697
Resumo: O presente estudo tem como objetivo identificar os padrões alimentares de adolescentes das regiões rural e urbana do distrito de chibuto, Moçambique e analisar sua associação com os fatores socioeconômicos e estado nutricional. O estudo foi realizado com 432 escolares distribuídos nas seis escolas secundárias selecionadas no distrito. Inicialmente foi aplicado um questionário socioeconômico e demográfico aos pais dos adolescentes selecionados. O consumo alimentar foi avaliado utilizando-se um questionário de frequência alimentar e os padrões alimentares foram derivados por meio da análise fatorial pelo método de extração de componentes principais. O estado nutricional dos adolescentes foi determinado com o uso do índice de massa corporal para idade (IMC/I), altura para idade (A/I) e circunferência da cintura (CC). A média de idade dos adolescentes foi de 16 anos e mais de 70% das famílias subsistiam com renda ≤ 1 salário mínimo (5.200,00 Mt ≈ U$82,50 dólares). Quanto ao estado nutricional, a ocorrência de baixa estatura e baixo peso foi mais elevada nos meninos. E as meninas apresentaram maior frequência de obesidade abdominal, avaliada pela CC. Foram identificados dois padrões alimentares: o padrão 1 (padrão misto) composto por alimentos base (arroz, xima e macarrão), carnes e ovos, peixes, frutas, pães e bolachas, gorduras e refrigerantes e o padrão 2 (padrão tradicional), constituído pelo grupo de feijão, vegetais, lanches e doces. Quanto à associação dos padrões alimentares e as características socioeconômicas dos adolescentes, observou-se que a chance dos adolescentes aderirem ao padrão alimentar misto aumentou em 69% naqueles do sexo feminino (OR= 1,69; IC95%: 1,06 – 2,69), 130% maior para aqueles cujo pai possuia o ensino primário I e II (OR= 2,30; IC95%: 1,01 – 5,24) e 790% maior para aqueles que possuiam renda acima de 5 salários mínimos (OR= 18,9; IC95%: 3,88 – 92,2). Por outro lado, a chance de aderência a este padrão em adolescentes que moravam em regiões rurais foi menor do que os adolescentes dos centros urbanos (OR= 0,36; IC95%: 0,22 – 0,59) e menor em adolescentes que residiam em casas de palhoça comparado aos que moravam em casas de alvenaria e/ou madeira e zinco (OR= 0,33; IC95%: 0,12 – 0,89). A frequência de distúrbios nutricionais não foi elevada, estando próxima do limiar de controle de 2,3%, não sendo evidenciada associação com os os padrões alimentares. Conclui-se que os adolescentes urbanos adotam um padrão alimentar mais ocidentalizado e pouco saudável, associado a um maior nível socioeconômico.