Avaliação do consumo alimentar de adolescentes das escolas públicas rurais do distrito de Manjacaze-Gaza, Moçambique

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: MACUÁCUA, Milagre Elias
Orientador(a): CERQUEIRA, Mônica Maria Osório de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17530
Resumo: A adolescência é considerada como uma das mais importantes fases de crescimento e desenvolvimento e, portanto, a alimentação é essencial para o seu adequado estado nutricional. Os fatores culturais, demográficos e econômicos da área rural de Moçambique podem influenciar o consumo alimentar dos adolescentes. O presente estudo tem como objetivo avaliar o consumo alimentar de adolescentes do Distrito de Manjacaze-Moçambique. Trata-se de um estudo transversal analítico realizado em uma amostra randomizada de 323 adolescentes de escolas públicas, de 10 a 14 anos, distribuídos em cada uma das cinco escolas do Posto Administrativo Sede de Manjacaze. As informações socioeconômicas e demográficas foram obtidas de um questionário respondido pelos pais ou responsáveis pelos adolescentes. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um questionário de frequência alimentar,no qual osalimentos foram agrupados em nove grupos alimentares. A análise fatorial exploratória foi aplicada para identificação de padrões alimentares a partir dos grupos de alimentos. O método de componentes principais foi aplicado para estimação das cargas fatoriais, comunalidades e especificidades. Os escores calculados em cada fator foram divididos em três grupos, de acordo com os quartis, da seguinte forma: Q1, Q2+Q3 e Q4. Com base neste agrupamento foram analisadas as análises bivariadas baseadas nos cruzamentos dos escores agrupados com as variáveis demográficas e socioeconômicas. As variáveis que tiveram p<0,10 foram incluídas nos ajustes dos modelos de regressão multinomiais, considerando-se como significante o valor de p≤ 0,05. Como resultados, a média de idade dos adolescentes foi de 11,8 anos. A maioria dos pais e mães dos adolescentes frequentava o ensino primário do I grau e praticava a agricultura de subsistência, sendo o dobro do percentual nesta atividade para as mães. Muitas famílias viviam sem renda. Foram identificados dois padrões de dieta: padrão 1 (gordura, feijão, carne/ovo, cereais e açúcar) e o padrão 2 (verdura, raízes e tubérculos, frutas e amêndoas e oleaginosas). O modelo de chances proporcionais para os escores do padrão 1 indica que o consumo é maior para adolescentes com renda de 78,13 meticais(2,23 dólares) ou mais (Razão de Chances=10,69) em relação aos adolescentes sem renda; e é maior para os adolescentes cujos pais tem emprego formal em relação aos que tem empregos informais (RC=2,75). Para o modelo de chances proporcionais para os escores de consumo no padrão 2 indica que o consumo é menor para os adolescentes cujos responsáveis tem escolaridade secundária do II ciclo (RC=0,28) em relação aos adolescentes cujos responsáveis não tem escolaridade. Com relação à renda, a chance de um consumo nos três primeiros quartis é menor para os indivíduos com renda entre 1 e 78,12 meticais (RC=0,51) e superior a 78,13 meticais (RC=0,23) em relação aos indivíduos sem renda. Concluiuse que a dieta básica desta população é de origem vegetal, com base nos produtos locais provenientes de agricultura de subsistência. Maior renda, escolaridade e emprego do pai ou responsável são variáveis preditoras para o consumo de alimentos do padrão 1, enquanto uma maior escolaridade e maior renda, implica em um menor consumo para o padrão 2.