Ecologia e pesca dos mugilídeos no complexo costeiro de Tamandaré, Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: LACERDA, Deborah Cibelle da Silva
Orientador(a): FERREIRA, Beatrice Padovani
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Oceanografia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38815
Resumo: Os membros da família Mugilidae, conhecidos popularmente como tainhas (mullets), curimãs e paratis, são capturadas em todo o litoral brasileiro, através da pesca comercial e artesanal. No complexo estuarino de Rio Formoso e região marinha de Tamandaré, são consideradas um dos principais recursos. Nesta região, os pescadores possuem um rico conhecimento sobre esse grupo de complexa identificação científica. Dessa forma, um dos objetivos desta dissertação foi identificar espécies de mugilídeos do complexo estuarino de Rio Formoso e Tamandaré, através da literatura atualizada disponível, conhecimento local e dados morfométricos. Além disto, foi também um dos objetivos caracterizar a pesca que incide sobre esse grupo. O primeiro capítulo busca estabelecer a equivalência entre a classificação taxonômica popular e científica dos mugilídeos e a comparação morfométrica entre as espécies. Para tal, foram realizadas entrevistas com 35 pescadores especialistas locais, identificados pelo método bola de neve, e realizado acompanhamento de desembarques para identificação de exemplares pelos pescadores imediatamente após a captura. Os pescadores citaram 15 nomes populares, identificando-os como tainhas ou “parentes” das tainhas, com as características morfológicas as mais utilizados para diferenciá-los. As espécies identificadas foram Mugil curema (negrã e tainha olho branco), Mugil rubrioculus (tainha olho de fogo ou vermelho), Mugil curvidens (saúna olho preto), Mugil liza (curimã) e Mugil brevirostris (zereda). Para comparações morfométricas foram utilizados métodos de morfometria geométrica e linear. Resultados da morfometria geométrica indicaram diferenças significativas na forma do corpo para as espécies M. curema e M. rubrioculus, bem como para as espécies M. curvidens e M. rubrioculus (p-value<0,05). Não houve diferença significativa na forma do corpo para as espécies M. curema e M. curvidens. Na morfometria linear, a relação entre o comprimento total e as demais características morfométricas foi significativa (ANCOVA: p<0,05). O segundo capítulo descreve aspectos socioeconômicos, petrechos de pesca utilizados e mudanças na abundância do recurso, e sua associação com impactos locais, também a partir de entrevistas com pescadores locais. Em relação a pesca, o aprendizado da atividade é através do núcleo familiar. Foram identificadas sete artes de pesca, das quais a pesca com rede é a mais usada. Foi reportada uma diminuição na abundância do recurso nos últimos 10 anos. As lanchas/turismo e a poluição foram apontadas como um dos principais fatores responsáveis. Os resultados evidenciam a relevância do conhecimento local e sua potencial contribuição com o conhecimento científico e desenvolvimento de planos de manejo sustentáveis.