Avaliação da atividade esquistossomicida de novos derivados tioxo-imidazolidínicos em vermes adultos de Schistosoma mansoni (Sambon, 1907)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: ROCHA, Thiago José Matos
Orientador(a): PITTA, Maira Galdino da Rocha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Inovacao Terapeutica
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/17259
Resumo: A esquistossomose mansoni é uma parasitose grave causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni. A justificativa para novas alternativas terapêuticas está pautada no fato de que no Brasil, atualmente, praziquantel é o único medicamento empregado para tratamento da esquistossomose, mas seu extensivo uso inevitavelmente culminou em baixas taxas de cura, aparecimento de isolados de Schistosoma mansoni refratários, além de terem sido observados efeitos adversos causados por esse medicamento. Assim, torna-se relevante a busca por novas moléculas esquistossomicidas e, nesse contexto, pesquisas com compostos sintéticos consistem numa alternativa viável. As imidazolidinas são representadas por um grupo de substâncias heterocíclicas pentagonais possuidoras de diversas atividades biológicas, inclusive atividade esquistossomicida. Neste sentido, esse trabalho teve como objetivo investigar a atividade esquistossomicida de novos derivados tioxo-imidazolidínicos. As moléculas sintetizadas foram caracterizadas através de métodos espectroscópicos no infravermelho e ressonância magnética nuclear de hidrogênio e de carbono. Casais de vermes adultos de Schistosoma mansoni foram obtidos por perfusão do sistema porta-hepático e mantidos em cultura no meio RPMI 1640 suplementado com 10% de soro bovino fetal, penicilina (100U/mL) e estreptomicina (100μg/mL). As culturas foram mantidas a 37°C com atmosfera de 5% CO2, e, após 2 horas de adaptação ao meio de cultura, foram adicionados os derivados tioxo-imidazolidínicos. Os parasitos foram mantidos durante cinco dias sendo monitorados a cada 24 horas para avaliação da motilidade, oviposição, acasalamento e mortalidade. Por fim, foi avaliada a ação de LPSF/PTS23 sobre o tegumento dos vermes recuperados nos testes in vitro por microscopia eletrônica de varredura. Os compostos LPSF/PTS5, LPSF/PTS6, LPSF/PTS18, LPSF/PTS19 demonstraram citotoxicidade quando avaliadas (até uma concentração de 10μM) sobre Células Mononucleares de Sangue Periférico, já os derivados LPSF/PTS2, LPSF/PTS4, LPSF/PTS10, LPSF/PTS23 e LPSF/PTS24 se apresentaram atóxicos até 100 μM. Na atividade esquistossomicida os compostos LPSF/PTS2, LPSF/PTS4, LPSF/PTS10 e LPSF/PTS23 foram os mais ativos, sendo que LPSF/PTS23 demonstrou atividade em todas as concentrações avaliadas e mortalidade em menor tempo. Os outros compostos, embora não tenham causado mortalidade, foram capazes de causar alteração de motilidade, inibição de oviposição e separação de vermes. Com relação as alterações tegumentares induzidas após incubação com LPSF/PTS23, foi possível observar alterações como destruição de tubérculos com perda de espinhos e formação de vesículas nos vermes machos e erosão do tegumento nos vermes fêmeas. A partir dos resultados obtidos através da avaliação in vitro frente aos vermes adultos do S. mansoni foi possível concluir que dentre todos derivados tioxo-imidazolidínicos avaliados, LPSF/PTS23 pode ser apontado como uma molécula promissora nos estudos de atividade esquistossomicida.