Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Mattos, Ana Carolina Alves de |
Orientador(a): |
Coelho, Paulo Marcos Zech |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4046
|
Resumo: |
O presente trabalho avaliou a ação da oxamniquina (OXA), do praziquantel (PZQ) e da associação OXA/ PZQ sobre a fase intramolusco do Schistosoma mansoni. Nos estudos “in vivo”, caramujos Biomphalaria glabrata infectados com S. mansoni foram tratados com 500mg/Kg de OXA ou 1000mg/Kg de PZQ ou 250mg/Kg de OXA+ 500mg/Kg de PZQ, na fase pré-patente e patente da infecção. Nos experimentos “in vitro”, esporocistos primários transformados “in vitro” foram expostos a 5µg/mL e 10µg/mL de PZQ. Avaliou-se, através de marcadores fluorescentes específicos, a ação do PZQ sobre o tegumento e sobre as vesículas ácidas, descritas pela primeira vez em esporocistos primários em nosso trabalho. Nossos resultados mostraram que tanto o tratamento com OXA quanto com PZQ, isoladamente, no período pré-patente, retardam o desenvolvimento do parasito, aumentando em aproximadamente dez dias o período pré-patente. Já o tratamento com a associação OXA/PZQ, neste mesmo período, retardou ainda mais o desenvolvimento do parasito, aumentando em até 56 dias o período pré-patente. O tratamento, no período patente, com OXA ou PZQ, isoladamente, interrompeu a eliminação de cercárias. A eliminação de cercárias foi restabelecida aproximadamente 15 dias após o tratamento, porém em quantidades bem menores às anteriores ao tratamento, quando os caramujos foram tratados com 1000mg/Kg de PZQ. O mesmo resultado não foi observado quando os caramujos foram tratados com 500mg/Kg de OXA. A associação OXA/PZQ, no período patente, não só interrompeu a eliminação de cercárias, como levou à “cura” dos caramujos. Esses resultados sugerem um efeito sinérgico dessas drogas quando administradas associadas. Em relação aos experimentos “in vitro”, foi possível verificar que o PZQ causa uma nítida contração na musculatura do esporocisto, alterando o formato do parasito. O PZQ gera, ainda, dano no tegumento do S. mansoni, evidenciado pela marcação com as sondas Hoechst 33258 e Lectina de Glicine max. Além disso, verificou-se um aumento da área marcada pela sonda LysoTracker Red, após o contato dos esporocistos com a droga, sugerindo maior atividade das vesículas ácidas presentes. A partir dos resultados obtidos, nos quais caramujos infectados e tratados com 1000mg/Kg de PZQ param de eliminar cercárias e retornam a eliminá-las, em números bem menores aos encontrados antes do tratamento, 15 dias após o término do tratamento, avaliamos se cercárias provenientes destes caramujos tratados poderiam gerar vermes adultos menos susceptíveis ao PZQ. Os resultados mostram que não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre o número de vermes recuperados de camundongos infectados com a cepa LE (controle) e LE submetida a três tratamentos com PZQ na fase intramolusco (LE-PZQ), independente da dose de PZQ administrada (200, 400 ou 800mg/Kg). No entanto, quando os camundongos foram infectados com cercárias provenientes de caramujos previamente tratados, porém, submetidos a uma passagem para manutenção do ciclo de vida do parasito, sem novo tratamento, foi possível verificar que os vermes adultos, provenientes de cercárias da LE – PZQ, mostraram-se estatisticamente menos susceptíveis à droga do que os vermes adultos provenientes da cepa LE controle, quando ambos os grupos foram tratados com 400mg/Kg de PZQ. Nossos resultados, utilizando o modelo B. glabrata/ S. mansoni, abrem perspectivas interessantes para estudos de mecanismos de ação de drogas, para verificar se caramujos tratados e “curados” apresentam resistência à reinfecção pelo S. mansoni, além da possibilidade de ser útil na seleção de parasitos resistentes a drogas esquistossomicidas. |