Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2003 |
Autor(a) principal: |
COUTINHO, Marcelo Farias |
Orientador(a): |
SILVA, Eduardo Duarte Gomes da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/3309
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Resumo: |
A cegueira serve de tema para este estudo. Ela foi estudada através do caso peculiar da família Belarmino, constituída por sete irmãos cegos de nascença. Meu convívio com cinco dos sete irmãos, gerou entrevistas cujo tema central foi a conformação do real para pessoas que não possuem aparelho visual e, conseqüentemente, um repertório imagético. As descrições feitas por eles dos espaços e das sensações que experimentavam, apontaram para os limites da linguagem, como instrumento de comunicação. Neste estudo há, portanto, uma reflexão sobre as relações estabelecidas entre indivíduo e mundo quando permeadas pela comunicação. Uma relação que verifiquei ser, a um só tempo, de revelação e encobrimento. Analisei a cegueira e seus relatos a partir das abordagens de complexidade. Três autores, entre os vários deste novo paradigma, aparecem como lastro e norte para esta pesquisa. Edgar Morin me forneceu o conceito de dialógica e de holograma e foi através destes operadores cognitivos que enxerguei a cegueira e a abordei. Já Humberto Maturana e Francisco Varela forneceram as ferramentas para hipótese: as relações entre organismo vivo e mundo se dão de forma construtiva e não representacionista. E a realidade surge como um produto nascido, criado, a partir das interações e dos acoplamentos entre corpo e meio, ou seja: uma ontogenia. A escritura desta pesquisa procura incorporar ao máximo algumas questões próprias e recorrentes nas abordagens de complexidade através de seu formato. Sua arquitetura procura reforçar a tênue fronteira entre subjetividade e objetividade, entre ciência e arte. A cegueira e seus relatos ganham neste estudo a forma mista de dissertação científica e literatura. Seguindo, portanto, o princípio de que toda descrição do mundo é também, necessariamente, um ato de criá-lo |