Colecionismo e performance : um percurso etnográfico pela coleção Ricardo Brennand

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: GALVÃO, Nara Neves Pires
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31760
Resumo: Na antropologia são praticamente ausentes temas relacionados a colecionismo, museu e campo ritual que busquem a compreensão das coleções, sob a perspectiva da formação do gosto, consumo e performance. Marcel Mauss (2003) foi um dos primeiros teóricos da antropologia que, ao trabalhar o conceito de ritual, afirmou que as representações e as práticas encontram-se sob um só domínio: o campo das significações, por ele chamado de fato social total. Pensar o colecionismo sob esse prisma, pressupõe a compreensão do ato de colecionar como um fato social, que compreende duas categorias: a do gosto, por um lado (através da paixão e a busca incansável do objeto pelo colecionador) e a da performance (que implica em códigos e rituais de afirmação de um capital intelectual através da força simbólica de uma coleção). Esta dissertação propõe uma reflexão sobre as relações entre o colecionador Ricardo Brennand, a lógica expográfica ou cenográfica dos espaços expositivos do museu construído por ele (o Instituto Ricardo Brennand, localizado no Recife – PE), e os sistemas de classificação dos objetos de sua coleção. O Instituto reflete o desejo de seu criador em atribuir sentido e significado para os seus objetos. A identidade curatorial do museu dá ênfase a uma narrativa que coloca os espaços expositivos concebidos pelo colecionador Ricardo Brennand ao invés de curadores ou museólogos. Também são abordadas questões acerca do colecionismo de Ricardo Brennand e sua relação com a cadeia produtiva da arte. Estas idiossincrasias do colecionador e suas narrativas expográficas são entendidas, nesta dissertação, como atos performativos sendo ritualizados através das exposições, coleções e acervos, tornando o diálogo entre o museu e o público um encontro não só de troca de experiências, mas sobretudo de expectativas.