Educação para o consumo no cotidiano escolar: um estudo de representações sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: OLIVEiRA, Danielle Pena de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Educacao
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/16012
Resumo: A educação para o consumo constitui uma realidade no processo de escolarização, contudo essa educação não está limitada aos conteúdos formalizados. Esta pesquisa analisou as representações sociais de educação para o consumo nas práticas cotidianas das escolas e dos professores de educação infantil. O referencial teórico-metodológico que fundamentou o estudo foi a Teoria das Representações Sociais. A metodologia adotada circunscreve-se na abordagem qualitativa. O estudo foi realizado em três etapas envolvendo os delineamentos: documental e empírico. Na primeira etapa, por meio de estudo documental, buscou-se identificar o discurso circulante das instituições (públicas e privadas) sobre educação para o consumo. Para isto selecionamos sites, blogs, imagens, agendas e outros comunicados veiculados por essas instituições. Na segunda etapa procuramos apreender o conteúdo geral das representações sociais de educação para o consumo entre professoras de educação infantil (pré-escola). Para concretizar nosso intento fizemos um estudo de campo utilizando um questionário com questões abertas, o qual foi respondido por 108 participantes. Eram todas mulheres e atuavam em instituições públicas e privadas de educação infantil. Dando prosseguimento ao trabalho de campo, na terceira fase, realizamos uma entrevista associativa (utilizando fichas indutoras) com um subgrupo de 32 professoras que haviam participado da segunda fase. Nessa última etapa analisamos a relação entre representações sociais e práticas de educação para o consumo no interior das instituições. Para análise dos dados recolhidos nas três etapas utilizamos a técnica de Análise de Conteúdo, organizando o material em categorias temáticas. Os resultados indicaram que a escola tem desenvolvido e divulgado suas práticas de educação para o consumo através de um discurso circulante compatível com os sistemas de comunicação: propagação e propaganda. Esse discurso recorre tanto a contenção do consumo como ao seu incentivo. As representações sociais de consumo são incorporadas às práticas pedagógicas através de sua acomodação aos discursos pedagógicos. As análises revelaram que as professoras objetivaram a educação para o consumo como práticas de consumo consciente/responsável, voltadas para o suprimento de necessidades. Essas representações estão ancoradas em práticas que orientam o não desperdício e consumo do necessário. Elas são materializadas em atividades que envolvem: educação ambiental, alimentar, financeira e midiática. Em contrapartida, o incentivo ao consumo estimulado pela escola não é reconhecido pelas docentes como educação para o consumo, apenas o consumismo é visto nessa perspectiva. Inferimos que a preocupação das docentes não é tanto com o incentivo ao consumo, mas com as situações de exclusão e constrangimento que ele gera. Para minimizá-las, as docentes empregam táticas, que são formas clandestinas de conviver com estratégias impostas pelas escolas, pais, crianças. Táticas são saídas que encontram tanto para conter o consumo quanto para proporcioná-lo no espaço das instituições escolares. Face aos resultados da pesquisa aqui apresentada sinalizamos para o papel das instituições formadoras de professores a fim de que incorporem a discussão e problematização do consumo aos componentes curriculares dos cursos. Também, os sistemas educativos (ao desenvolverem processos de formação contínua de professores) devem nesses momentos de reflexão coletiva provocar esse debate, analisando de modo mais crítico práticas de consumo já cristalizadas no interior das escolas. Uma possível contribuição deste trabalho para o campo da formação de professores será colocar o docente (particularmente o da educação infantil) em contato direto com representações e práticas de educação para o consumo estimulando-o a pensar ou repensar as suas próprias ações.